COMUNICAÇÃO

PARATINGA – Moradores aproveitam visita da Unidade Móvel e conhecem todos os serviços da Defensoria

09/08/2019 15:58 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

A UMA, como é mais conhecida, ficou dois dias na cidade e registrou, no total, 238 atendimentos sobre os mais diversos casos

Depois de dez dias de plantão na Romaria de Bom Jesus da Lapa, a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA continuou a sua rota pelo oeste do estado e, nestas quinta e sexta-feira, 8 e 9, levou os serviços da Instituição para mais perto dos moradores de Paratinga e registrou 238 atendimentos.

“Nós, da unidade da Defensoria em Bom Jesus da Lapa, sabendo que a cidade de Paratinga necessitava de atendimentos, viemos em socorro desta população que apresentou um alto índice de exclusão social. Foram dois dias de atenção voltados à esta cidade que nos trouxe a noção do quanto a itinerância com a Unidade Móvel é importante. Aqui encontramos relatos de descaso e abandono, que trarão um olhar de acolhimento, já que aqui faz parte da nossa comarca. O trabalho foi exaustivo, pois viemos de uma itinerância com 902 atendimentos na Romaria 2019, mas me sinto honrada em participar deste projeto, pois essa é a missão de um defensor público: estar próximo do cidadão”, ressaltou a defensora pública Cláudia Conrado.

Se o objetivo da visita da Unidade Móvel à cidade era apresentar aos moradores todos os serviços oferecidos na sede fixa, a UMA, como é mais conhecida, cumpriu o seu papel. Em Paratinga teve de tudo: orientações jurídicas sobre os mais diversos tipos de casos, divórcios consensuais, acordos extrajudiciais de alimentos, consultas processuais, retificações de registros civis, ajuizamento de ações e exames de DNA para investigação e reconhecimento de paternidade.

“A comarca de Paratinga foi desativada e passou a fazer parte de Bom Jesus da Lapa. No entanto, fica a mais de uma hora e meia de distância e o custo de deslocamento é caro. A Unidade Móvel da Defensoria chega a Paratinga para efetivar o direito de acesso à justiça de um povo extremamente pobre e vulnerável. A demanda foi tão intensa que, no primeiro dia, prorrogamos o atendimento por mais três horas”, contou o defensor público Rafael do Couto Soares.

“Foi melhor assim: com conversa”

Em um dos acordos extrajudiciais firmados, o ajudante geral Allan Souza, 28 anos, aceitou dividir o valor em aberto dos alimentos dos filhos gêmeos, de 6 anos. “Já perdoei demais essa dívida. Sua filha está indo para a escola com a sandália amarrada no arame porque você não dá dinheiro nenhum para comprar outra”, relatou, durante a conciliação, a mãe das crianças. “Consigo R$ 150 ainda hoje”, garantiu o pai, que assim que saiu da Unidade Móvel foi buscar a quantia e se comprometeu a pagar o restante do valor, de forma parcelada, nos próximos meses. “Foi melhor assim: com conversa”, acrescentou.

“Assim que soube que essa Unidade Móvel vinha para Paratinga eu disse logo que meu problema agora seria resolvido. Não tenho dinheiro para pagar advogado e só a Defensoria para fazer tudo isso pela gente sem cobrar nada”, contou a lavradora Nalva Santos, 55, que descobriu, há pouco tempo, que o nome da mãe estava incorreto em seu registro e aproveitou a visita da Unidade Móvel para retificar o registro.

Já o ex-casal Vanessa Diniz e John Hebert Silva aproveitou para resolver um “assunto pendente” há quatro anos: os dois foram casados por dois anos e, desde 2015, não convivem mais. “Esse divórcio já estava empacado há muito tempo. Hoje, quatro anos depois, foi tudo resolvido”, contou o porteiro, enquanto assinava o acordo de divórcio com a ex-esposa.

A poucos dias de completar 60 anos, a dona de casa Judite Souza, 59 anos, considerou a visita da Defensoria um presente antecipado de aniversário e a certeza de que seu grande sonho será realizado. “Enquanto vida eu tiver, não vou abrir mão de lutar pela guarda da minha bisneta e vou conseguir”, prometeu a bisa.