COMUNICAÇÃO

Elísio Medrado – Retificação de nome e gênero de mulher trans marca passagem da Unidade Móvel da Defensoria pela cidade

17/10/2019 21:21 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Neste primeiro dia da UMA, como é mais conhecida, na cidade, foram registrados 71 atendimentos

“Nunca achei ninguém para me ajudar a mudar a minha história e esta visita da Defensoria aqui representa um alívio e um novo começo para mim. Eu sou mulher, mas nasci no corpo de um homem e não me vejo neste corpo. Preciso ser respeitada e reconhecida como tal”. O desabafo da cabeleireira, compositora e mulher trans, que ainda está em dúvida sobre a escolha do seu novo nome, marcou a passagem da Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA pela cidade de Elísio Medrado. Nesta quinta-feira, 17, primeiro dia da visita da UMA, como é mais conhecida, foram atendidos 71 casos na cidade, incluindo este de retificação de nome e gênero.

Registrada como José Carlos da Conceição e conhecida na cidade como ‘Zé’, a cabeleireira, de 37 anos, queria mudar de nome há muito tempo, mas não sabia o que fazer. “Enfrentei muita dificuldade, preconceito e sempre fui apelidada com nomes pejorativos, como Zé isso ou Zé aquilo”, contou ela, preferindo não citar os apelidos.

E as dúvidas sobre o que fazer para retificar seu nome e seu gênero terminaram com a chegada da Defensoria à cidade: durante o atendimento na Unidade Móvel, a cabeleireira prometeu reunir todos os documentos listados pela Defensoria e, amanhã, já vai ao Cartório de Registro Civil de Elísio Medrado para iniciar a retificação. “Bem que me disseram: vá na Defensoria que lá é tudo mais rápido e prático”, comprovou.

“Há mais de um ano, o Conselho Nacional de Justiça, através do Provimento 73/2018, regulamentou sobre a retificação de nome e gênero das pessoas trans. É um direito. A Unidade Móvel traz a Defensoria para garantir os direitos e a dignidade das cidadãs e dos cidadãos e, principalmente, da população mais vulnerável”, destacou o coordenador da UMA, Marcus Vinícius Lopes de Almeida, que dividiu os atendimentos com a defensora pública Júlia Abreu e contou com o apoio dos servidores de Amargosa e Salvador.