Desde a noite de sexta-feira (4), primeiro dia de plantão da Defensoria Pública, já foram apreendidos 36 adolescentes em situação de risco nos circuitos do carnaval de Salvador. Número que quase dobrou nas últimas 48 horas. Neste sábado, defensores da Infância e de Direitos Humanos realizaram visita ao Posto do Conselho Tutelar da Barra, instalado na Escola Santa Terezinha, Avenida Centenário.

Durante a visita, os defensores Carmen Novaes e Marcelo Rodrigues constataram a falta de estrutura do local para acolher crianças e adolescentes que têm pais ou responsáveis trabalhando durante a festa. Além da precariedade das instalações para acolhimento, um posto de reunião de Tropa da Polícia Militar está instalado no mesmo prédio e toma conta de praticamente todo o espaço, que foi concedido pela Prefeitura para realizar trocas de turno e vestuário dos soldados.

“A gente tem que ir até a rua atrás dos trabalhadores ambulantes, para avisá-los que é permitido ingressar no local e trazer suas crianças, porque eles ficam inibidos de entrar quando vêem os policiais reunidos aqui”, afirma Radialva Mercês, conselheira tutelar que atua no Posto da Barra.

Logo depois da visita ao Posto da Escola Santa Terezinha, os defensores se dirigiram ao da Rua Chile, onde relataram a situação à supervisora da Operação Carnaval 2011 do Conselho Tutelar, Valda Queiroz. A supervisora afirmou que iria reportar a situação descrita pelos defensores à coordenadora geral da Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (SETAD), Daniela Cova.

Neste domingo, a Defensoria se reunirá com a coordenação da SETAD e a Secretaria de Serviços Públicos (SESP), com o objetivo de discutir uma solução para o Posto do Conselho Tutelar da Barra e para os ambulantes, no intuito de coibir a permanência de crianças e adolescentes trabalhando nos circuitos.