Defensoras públicas, que atuam na Especializada de Direitos Humanos, saíram, na tarde de ontem, em itinerância pelas delegacias especializadas em defesa da mulher para levar informações às vítimas e atuar nos casos de violência. Além disso, a equipe também buscava informações sobre Lorrana Ribeiro dos Santos, gravemente agredida um dia antes por seu companheiro no bairro da Liberdade.

Em visita à Delegacia da Mulher (DEAM), no bairro de Brotas, as defensoras encontraram uma situação ilegal: dois homens algemados no corrimão de uma escada e um terceiro preso a uma cadeira. Segundo o investigador Kleber Rosa, todos haviam sido detidos em flagrante por agressão à mulher. As defensoras, em conversa com a delegada plantonista, Vera Rebouças, conseguiram remover os homens para um lugar onde ficassem detidos adequadamente e adotaram as medidas de proteção às mulheres vítimas de violência.

Após esta visita, a equipe seguiu para a Deam de Periperi e lá divulgaram o Plantão da Defensoria entre os funcionários do local e entre duas mulheres vítimas de violência que aguardavam atendimento. A próxima parada foi no Centro de Referência Loreta Valadares, na Federação, que oferece acompanhamento psicossocial às mulheres agredidas. Em seu primeiro ano de plantão no Carnaval, esta unidade está atuando junto às delegacias e a outros postos de violência contra a mulher, como o Observatório Racial, a fim de acolher as vítimas e orientá-las sobre que posicionamentos devem ser tomados em função da agressão. A equipe da Defensoria foi recebida pela superintendente de Políticas para as Mulheres, Mônica Kalile.

O último ponto visitado foi o Hospital Geral do Estado (HGE), onde Lorrane Ribeiro dos Santos, de 23 anos, está internada em estado crítico. Segundo o médico Adriano Donizeth, a paciente encontra-se em estado de semi-consciência, com muitos edemas no rosto e na cabeça e deverá permanecer internada. Diante desse quadro, a defensora Cristina Ulm disse que “a Defensoria entrará com um pedido de medida protetiva para que o seu esposo, suposto agressor, não possa se aproximar de Lorrane. Além disso, também será solicitado que seja feito o exame de corpo delito no próprio hospital”.

No que diz respeito à parte médica, a defensora Walmary Pimentel solicitará ao serviço social do HGE que a paciente seja removida para a unidade de ortotrauma, onde poderá ser acompanhada mais de perto e estará menos sujeita a infecções hospitalares.