COMUNICAÇÃO

Unidade Móvel da Defensoria chega a Mar Grande e atende às vítimas do naufrágio da lancha

26/08/2017 23:42 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Esta é uma das medidas da força-tarefa da Defensoria Pública do Estado da Bahia - DPE/BA

A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA continua a postos, com sua força-tarefa, para atender aos sobreviventes e familiares das vítimas fatais do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I, ocorrido durante a travessia Mar Grande/Salvador na última quinta-feira, 24. Como uma das medidas da força-tarefa, a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria chegou neste sábado e segue com o atendimento até a próxima quarta, dia 30, das 9 às 16h, na Praça da Matriz, em Mar Grande.

“Nosso objetivo é orientar, dar suporte, acolher e prestar toda a nossa solidariedade com os familiares e todas as vítimas desta tragédia. É um momento de dor e luto em que uma palavra de conforto e orientação faz a diferença”, ressaltou o defensor público Armando Fauaze, que realizou atendimento neste primeiro dia ao lado das defensoras públicas Guiomar Fauaze e Walmary Pimentel. Quem também participou dos atendimentos foi a assistente social Deisiene  Cruz, que atua na Especializada de Proteção aos Direitos Humanos da DPE/BA.

A todo instante, as vítimas chegavam em busca de orientação e apoio psicossocial, como o marinheiro Moacir Trindade, 54 anos, que, sem esquecer cada momento que passou no dia do acidente, foi até à Unidade Móvel para buscar orientação sobre como tirar as novas vias dos seus documentos. “Perdi minha mochila com todos os documentos dentro e minha naturalidade é de São Paulo. Aí vim tirar a dúvida sobre o que devo fazer. Sobre aquele dia, lembro que a lancha deu um primeiro balanço normal. No segundo balanço, ela subiu e já desceu de lado. Eu tinha o costume de descer para o outro andar da lancha, mas naquele dia eu achei um último lugar na parte de cima”, recordou, ao contar que muitas pessoas que estavam na parte de baixo da lancha não conseguiram sobreviver.

Já a autônoma Adailma Gomes, 26 anos, contou, durante atendimento com um dos defensores públicos, que estava na parte de cima e resolveu descer. “Eu não queria entrar naquela lancha, pois ela é muito pequena para a demanda do horário, mas insisti e acabei indo. Ventava e chovia muito naquele dia. Eu saí de onde estava e sentei na escada. Aí resolvi descer e foi, justamente, na hora da virada. Eu disse: pronto, morri”, lembrou Adailma, que só conseguiu sair da lancha submersa após três tentativas. “Tirei tudo que pesava meu corpo – casaco, tênis e calça jeans – para ficar mais fácil e leve de nadar. Meu medo era morrer afogada. Até agora minha ficha não caiu”, relatou.

Durante a tarde, na mesma praça em que a Unidade Móvel estava estacionada, sobreviventes, familiares, amigos e os moradores de Mar Grande se reuniram em uma corrente de oração em homenagem às vítimas fatais da tragédia.

Plantão

Uma outra medida da força-tarefa da Defensoria Pública foi o reforço do Plantão de Final de Semana, que já funciona aos sábados, domingos e feriados, das 8 às 18h, na rua Pedro Lessa, 123, no bairro do Canela, em Salvador. Telefones (71) 3116 – 0511 e 9 9913-9108.

Neste sábado, 26, o Plantão também registrou atendimento a uma das sobreviventes do naufrágio.