COMUNICAÇÃO

Defensoria Pública resgata história de 30 anos com livro e exposição temática como parte do Memorial

20/05/2016 21:07 | Por Alexandre Santos

A exposição temática sobre os 30 anos da Defensoria Pública da Bahia, apresentada como parte da solenidade de comemoração do Dia Nacional da Defensoria e dos 30 anos da instituição, percorrerá as seis unidades regionais do Estado com uma dupla missão: instalar o embrião do que se tornará o Memorial da instituição e estimular defensores públicos a compartilhar as suas vivências para o acervo do futuro espaço. Na mesma noite foi lançado o livro "Defensoria Pública da Bahia -30 anos".

"Além de mostrar as três décadas da Defensoria para quem é de fora da instituição, a ideia é contar a história de cada regional, desde a construção das sedes, de sua constituição e das pessoas que delas fizeram parte", explica a defensora pública Firmiane Venâncio, diretora da Escola Superior da Defensoria e membro da Comissão da Memória da DPE-BA, integrada também pela defensora pública Carmella de Alencar e pelo defensor público Raul Palmeira.

Instituído pela Portaria 388/2015, o grupo visa criar um memorial com um acervo histórico para servir como fonte de estudos e pesquisa para as comunidades jurídicas baiana e nacional, bem como para os demais interessados das ciências humanas e sociais.

O memorial ficará na unidade do Canela, em Salvador. O prédio, que é tombado como Patrimônio Histórico, receberá um acervo de fotografias, documentos e vídeos que contam o percurso da instituição, criada no dia 26 de dezembro de 1985, até os dias de hoje.

LIVRO FAZ RECORTE TEMPORAL

Resultado de pesquisa documental feita pela Comissão da Memória, em parceria com a jornalista Gabriella Rossi e com a Assessoria de Comunicação da instituição, o livro "Defensoria Pública da Bahia – 30 anos" traz um recorte temporal das três décadas de atuação da DPE-BA.

Para os que fizeram parte da construção da instituição e testemunharam o seu crescimento, tal resgate histórico coroa uma trajetória vitoriosa.

"É um momento emocionante. É um filme na nossa cabeça, uma retrospectiva do que era a Defensoria, do que é hoje e do ela que pode ser amanhã. Completo 16 anos de Defensoria com muito orgulho", descreve a defensora Mônica de Paula Oliveira Pires de Aragão, subcoordenadora da Especializada de Curadoria Especial.

Ex-defensora pública geral e ex- presidente da Adep/BA, Tereza Cristina Almeida Ferreira, uma do grupo de 13 defensores que estão na instituição há 30 anos, diz que, apesar dos percalços, a DPE resistiu a todos os momentos de dificuldades. "A Defensoria Pública é instituição que tem lado na Constituição Federal, defendendo que não tem condições de pagar. E ela só foi construído pela vontade e por decisões políticas de parlamentares que entenderam a necessidade dessa instituição", destacou.

Na visão de Lindinalva de Paula, da Rede de Mulheres Negras da Bahia, a Defensoria representa um marco para o público feminino. "Principalmente para nós, mulheres negras, que vivemos em estado constante de vulnerabilidade. É uma instituição parceira, que nos últimos anos vem se demonstrando mais democrática, mais aberta e mais participativa com diversos setores da sociedade", comentou.

A ouvidora-geral Vilma Reis diz ter orgulho em fazer parte da história da única instituição do sistema de Justiça do Estado a ter esse tipo de canal (Ouvidoria Externa), sobretudo por este ter sido até então ocupado por mulheres negras. "Num país como o nosso, onde mulheres parecidas comigo não ocupam lugares que estamos ocupando, nossa imagem é pedagógica, pois ela interfere no cenário e democratiza as instituições", ressaltou.