COMUNICAÇÃO

"Conversa de rua" aponta o que querem as pessoas em situação de rua

30/06/2016 23:43 | Por Daniel Alcoeres Gramacho DRT/BA 3686 (Texto e Foto)

O evento teve também o Varal Solidário que contemplou a todos os presentes

Fortalecendo a sua atuação extrajudicial, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, através da equipe Pop Rua, levou as pessoas em situação de rua para o auditório da Escola Superior da Defensoria Pública – Esdep, mais uma vez, para ouvi-las e identificar quais são as demandas prioritárias desse grupo. A atividade aconteceu nesta quinta-feira, 30, com o auditório lotado. Todas as pessoas puderam se manifestar.

Agressão policial, preconceito social, maus tratos por parte de agentes públicos e o desemprego foram os principais pontos citados pelas pessoas em situação de rua, com destaque para a dificuldade de se inserirem no mercado de trabalho. Durante a conversa, o assistido Ricardo Freitas disse que "a minha maior dificuldade é voltar para o mercado de trabalho. Curso e escola é muito importante, eu sei disso, não tenho nenhum benefício do governo, a maioria das pessoas em situação de rua vão para o mercado informal, vendem uma balinha, mas a sociedade é muito discriminadora e não abre espaço. Eu preciso me capacitar para que alguma empresa me valorize".

Neste sentido, a coordenadora da equipe Pop Rua, defensora pública Fabiana Miranda, explicou que já foi marcada uma nova Conversa de rua para o dia, 3, de agosto, onde serão negociadas iniciativas no intuito de atender a esta demanda. "Vamos chamar empresários, representantes dos lojistas para que possamos conquistá-los, para que eles aceitem contratar pessoas em situação de rua, e saber deles também o que a gente precisa fazer, ou como capacitar essas pessoas para que elas possam ser contratadas", disse Fabiana Miranda.

O representante da marca Euzaria, José Pimenta, parceira da Defensoria Pública no evento, achou que este foi o melhor evento, desde que a marca se colocou à disposição das pessoas em situação de vulnerabilidade. "Normalmente quando estamos atrás da mesa, nós partimos do pressuposto que sabemos o que o outro precisa. Mas esquecemos de perguntar. Foi como alguém disse hoje aqui, eu não quero a sopa, quero a vara para pescar, quero um abraço, quero que as pessoas passem por mim sem achar que vou roubá-las. Temos que escutar as demandas por que, aí sim, seremos muito mais eficazes no trabalho que estamos fazendo".

Ainda dentro do auditório, peças do Varal Solidário da Defensoria Pública foram colocadas à disposição dos participantes do evento. A Euzaria também doou diversas camisas no "Conversa de Rua".

Também estiveram presentes na atividade a subcoordenadora da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos, Eva Rodrigues, a diretora da Esdep, Firmiane Venâncio, a defensora pública da Curadoria Especial, Ana Virgínia Rocha, além da ouvidora da DPE, Vilma Reis.