COMUNICAÇÃO

6º Encontro do Acolher discutiu participação da mulher no trabalho informal e cuidado com a família

27/07/2016 20:30 | Por Dilson Ventura - estagiário (texto e foto)

“Pelo mundo, as mulheres passam, por dia, 2 a 10 vezes mais tempo cuidando das famílias do que os homens”

O 6º Encontro Temático do Grupo de Estudos Acolher da Curadoria Especial da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA discutiu, nessa quarta-feira, 27, a temática ‘Trabalho Informal e Cuidado com a Família: histórias de vida de mulheres adultas na cidade de Salvador’. A convidada deste sexto encontro foi Lenore Matthew, mestra em Serviço Social pela Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e em Relações Internacionais na Dublin City University, na Irlanda. O encontro aconteceu na Escola Superior da Defensoria – ESDEP/BA aberto ao público.

A palestra da assistente social, Lenore Matthew, firmou-se em três pilares desenvolvidos através de entrevistas com mulheres que não têm trabalhos formais assalariados. Sua pesquisa foca nas famílias e mulheres vulneráveis, práticas e políticas para que possa analisar as relações entre a vida familiar e do trabalho no curso da vida de mulheres jovens e adultas; além de identificar as necessidades e os desejos dessas mulheres com relação ao trabalho e o cuidado com a família.

“É importante discutirmos sobre o ‘segundo trabalho das mulheres’ pois ele afeta sua possibilidade de ter um emprego assalariado, além de acarretar para elas, em muitos dos casos, transtornos físicos e psicológicos. Elas alegam que por não terem tempo de se especializarem, por conta do cuidado com o lar, os empregos para elas são precários, mal pagos e exploratórios”, declarou a assistente social, Lenore Matthew.

De acordo com a defensora pública Ana Virgínia Rocha, titular da Curadoria Especial da Criança e do Adolescente, um dos direitos que as mulheres em situação de trabalhos informais têm é o da orientação jurídica na área de educação ao direito, na prevenção e na proteção. “Identificando as demandas dessas mulheres, no âmbito da Curadoria Especial de crianças a Defensoria Pública luta para garantir o direito à alimentação, auxílio financeiro e também conscientizar os pais dessas crianças para que possam participar afetivamente da vida de seus filhos”, informou.

A psicóloga e professora adjunta da Universidade Federal da Bahia, Juliana Prates, que também participou do 6º Encontro Temático na ESDEP/BA, considera que “não deveria ser necessário que mulheres fizessem manifestações para chamar atenção por seus direitos. São bens pertencentes a elas por serem humanas. Essa preocupação deveria ser do Estado”, disse.

MULHERES

Para Marinalva Lopes, 57, professora infantil e estudante de Serviço Social, não é fácil conciliar trabalho e cuidar da família. “Facilidade não temos, não temos mesmo. Agora, temos que tentar porque a vida é assim mesmo… É trabalho do lar: fazer almoço, lavar e passar roupas, cuidar de filho, marido. As pessoas acham que sou uma guerreira, mas não me sinto valorizada por tudo que faço. Eu trabalho fora, estudo e ainda cuido da minha casa”, relatou.

Já Luciana Xavier, assistente social, participante do evento, acha que “se as mães tivessem mais tempo para cuidar de seus filhos quando menores, alguns deles não entrariam tão precocemente no mundo das drogas”, opinou durante o momento de debates do encontro.

A pesquisa feita pela assistente social Lenore Matthew mostra que o que impede mulheres de ter trabalhos com carteira assinada e com salários justos, além do tempo integral cuidando sozinhas do lar, é a falta de estudos, a má distribuição das redes de trabalho, prévias experiências profissionais, conhecimento e informação sobre como se especializar, procurar e se candidatar a um trabalho assalariado.

A defensora pública Ana Virgínia Rocha destacou às participantes que o Estado tem a obrigação de fornecer educação infantil e ainda direito a creches para todas as crianças de 0 a 4 anos, sem estabelecer qualquer critério para o acesso. “Essas mulheres se desdobram para deixar seus filhos com as avós, tios, vizinhos, até com estranhos, não sabendo que é direitos delas poder colocar seus filhos em creches gratuitas fornecidas pelo Estado”, afirmou.

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