COMUNICAÇÃO

Defensoria Pública recebe líderes de aldeia indígena do extremo sul do estado

10/10/2016 18:56 | Por Daniel Alcoeres Gramacho DRT-BA 3686 Texto e Foto

Violação aos direitos e garantias fundamentais de membros da comunidade indígena foi a pauta da reunião

Os líderes indígenas da região de Santa Cruz Cabrália foram recebidos na Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA para apresentar as demandas da comunidade. Os indígenas procuraram o deputado estadual Marcelino Galo, que marcou a reunião dessa segunda-feira, 10, na sede administrativa da DPE, onde foram recebidos pelo subdefensor geral, Rafson Saraiva Ximenes, e pelo subcoordenador da Especializada Criminal e Execução Penal, Maurício Garcia Saporito.

Durante o diálogo, foram tratados assuntos referentes ao sistema penal e a aproximação da Defensoria Pública com a questão indígena na Bahia. "Inicialmente vamos dar atenção à questão prisional dos indígenas, para verificar se estão sendo respeitados os direitos que são previstos. Além disso, vai ser iniciado o diálogo e estudo para a possibilidade de atividades itinerantes da Defensoria nas comunidades indígenas, não só do sul, mas de todo o estado", afirmou Rafson Ximenes.

Para o deputado Marcelino Galo, a fragilização e a destruição cultural dos povos indígenas gera a seletividade por parte da ação dos órgãos policiais, com relação a esta comunidade. "É obrigação nossa da comissão de Direitos Humanos tratar para que o Estado não faça só sua ação repressiva, como também da recomposição cultural, de identidade e de assistência, que não chegue somente a polícia, mas que chegue a saúde e a educação a essa comunidade", considerou.

O cacique Geraldo Alves do Espírito Santo é líder de uma aldeia em Santa Cruz Cabrália, que abriga 69 famílias, e está com três filhos em situação prisional. Esta aldeia faz parte da Coroa Vermelha, que é uma comunidade indígena com aproximadamente nove mil índios. "A situação lá é triste, somos muito discriminados e maltratados por parte da polícia. Não somos contra a polícia, nem contra a Justiça, mas queremos ser tratados com dignidade", concluiu o cacique.