COMUNICAÇÃO
12 defensores tomam posse e vão atuar no fortalecimento do interior da Bahia
Na noite de ontem (13), em Salvador, tomaram posse os novos 12 defensores públicos do Estado da Bahia, aprovados no 6º concurso de Ingresso na Carreira. A partir de agora, a Defensoria Pública baiana passa a contar com 212 defensores. A cerimônia de posse dos novos profissionais aconteceu na Fundação Luís Eduardo Magalhães e contou com a presença de autoridades políticas, secretários municipais, representantes de diversas instituições do Estado, além do defensor geral do Rio de Janeiro, Nilson Bruno Filho, bem como familiares dos recém-empossados.
Empossada em abril deste ano, a 1ª colocada no concurso, homologado em 2011, a defensora pública Joana Lopes de Pinheiro fez o discurso de posse representando os novos ingressos. De maneira apaixonada, ela destacou o significado da vitória de todos ali e a missão de cada novo integrante da instituição. "Hoje é a materialização de um sonho, uma conquista tão árdua quanto honrosa. Cada um aqui é digno desta vitória. Este ano foram nomeados 18 defensores: novos aliados na luta por mais novos profissionais", discursou a defensora, que chamou a Defensoria Pública de "espaço de esperança e concretude da Justiça".
Para o presidente da Associação dos Defensores Públicos da Bahia (Adep), Cláudio Piansky, os jovens defensores serão um reforço para a Defensoria. "Desejo que a força da juventude presente nesses novos ingressos venha para somar. Também espero que este seja o primeiro de um grande passo que será a posse de todos os aprovados no concurso, diante do quadro deficitário de defensores na Bahia, pois há uma demanda reprimida que tem crescido muito", afirmou ele.
Segundo o corregedor geral da Defensoria Pública da Bahia, Jânio Neri, a maior importância da posse dos novos colegas é que os mesmos sejam vocacionados. Ainda de acordo com ele, o defensor público extrapola a esfera jurídica e almeja o sentido de Justiça: "Sem a atuação da instituição não se faz Justiça, prova disso é que 80% das demandas de família e 90% da população carcerária são atendidas pela Defensoria. Por isso, com a chegada de mais 12 profissionais, o direito fundamental de acesso à Justiça recebe reforço".
"A Defensoria sempre foi minha vocação, desde a época da faculdade. Sobretudo, pelo seu papel social, por incluir aquelas pessoas que não têm recursos para acessar seus direitos através da Justiça. O ingresso nesta instituição é um sonho que hoje se torna realidade", disse o 11º colocado do concurso, Bruno Moura de Castro, de 31 anos.
Conforme o coordenador executivo das Regionais da Defensoria Pública, Ricardo Carillo, os novos defensores irão fortalecer a atuação da instituição no interior do Estado, com a ampliação do atendimento nestas Comarcas: "Desejo boa sorte aos novos empossados e que eles nos ajudem nesta luta árdua, mas gratificante de fortalecimento institucional, especialmente nos municípios baianos". Para a subcoordenadora da 3ª Regional, em Ilhéus, Sílvia Tavares, a posse dos novos colegas vai minimizar as dificuldades enfrentadas pelos defensores que atuam no interior da Bahia: "Nossa demanda diária é de 180 a 210 assistidos. Além de Ilhéus, atendemos as cidades de Maraú, Itacaré, Una e Canavieiras. Temos apenas sete defensores atualmente, quando, na verdade, precisaríamos de pelo menos 11".
Representando o governador da Bahia, o procurador geral do Estado, Rui Moraes, destacou que o quadro atual da Defensoria Pública é claramente insuficiente e que, em razão disso, a chegada de novos integrantes é motivo de celebração e vitória. "Embora não atenda ainda as nossas demandas, é um importante começo, uma real conquista", declarou ele.
Durante seu discurso de boas vindas aos novos defensores, a defensora pública geral, Célia Padilha enfatizou a causa que cada um deve abraçar, priorizando a missão social, para além da carreira: "Temos uma causa e ela é libertária e socialmente justa: é a causa de milhões de baianos em situação de extrema pobreza; é a causa de crianças e adolescentes vulneráveis; é a causa das mulheres em situação de violência doméstica e familiar; é a causa que dirime conflitos familiares; é a causa que busca atender e assegurar direitos às pessoas encarceradas; é a causa que visa banir as extremadas desigualdades sociais e opressões que ainda fazem de algumas pessoas menos ‘sujeitos de Direito' do que outras".