COMUNICAÇÃO

21 novas(os) defensoras(es) tomaram Posse Popular na Estação Nova Lapa

05/09/2022 8:10 | Por Thaís Faria - DRT/BA - 6618

A posse popular marca a finalização da formação das(os) novas(os) defensores que assumiram o cargo na instituição em junho

“Quero falar como alguém que conheceu a Defensoria como assistida, talvez por conta de todas as demais portas do Sistema de Justiça estarem fechadas para ela. Quando uma mãe, pessoa com deficiência, precisa de um benefício que lhe foi negado. Quando a avó, atingida por uma bala perdida, não encontra guarida em seu direito no Judiciário. Ou quando um pai é internado em um hospital psiquiátrico por conta de sua reação a uma injustiça sofrida. Quero falar para àquelas que, assim como eu – mulher preta e periférica, que recebia bolsa do governo, nascida em uma favela e criada por mãe solo – um dia, essas poderão se graduar, ser mestras e poderão ser defensoras”. Esse foi o discurso da defensora empossada Ethiene Wenceslau que mostrou a importância da Defensoria Pública em cumprir a sua função social: estar ao lado e com o povo na sociedade. 

Foi assim que o verde da esperança, cor da instituição, invadiu toda a Estação Nova Lapa, em Salvador, na última sexta-feira, 2 de setembro, com a cerimônia de posse popular dos(as) 21 novos(as) defensores(as) públicos(as) da Bahia.  O evento não apenas marca o fim do curso de formação inicial, mas também apresenta à sociedade baiana e soteropolitana os novos membros da carreira, os quais já realizaram atendimento à população. 

O DPG Rafson Ximenes, citou que muitos colegas tomaram posse durante a pandemia e não participaram da posse popular devido a impossibilidade de realização de eventos, mas reafirmou a importância que tem o momento. “Essa posse representa algo que eu conversei com alguns de vocês ainda durante o concurso: nossa atuação vai além dos gabinetes. Nossa fala é importante debaixo das árvores, na estação de metrô, na rodoviária, como esta onde estamos, na aldeia, entre tantos outros locais”, destacou o DPG que estava acompanhado de outros defensores e defensoras públicas da instituição, além de servidores(as).

Os novos membros da carreira receberam certificados entregues por movimentos sociais, estagiários da Esdep e defensoras populares formadas pela instituição. No momento, representantes da sociedade civil, como Cristina Gonçalves integrante da Associação Baiana Para Cultura e Inclusão (ABACI); o assistido Álvaro Borges Neto, que tem síndrome de Down; o estagiário Paulo Victor Bernardino Rocha, que está num  espectro do autismo e a estagiária da instituição e mulher trans Axel Silva foram algumas das pessoas que se emocionaram e se sentiram à vontade para quebrar o protocolo e discursarem ao entregar o diploma. 

“Isso que está acontecendo hoje é só mais um desafio superado por muitos que ainda vão aparecer! Vocês estão todos de parabéns!”, comemorou Paulo. Já Cristina enfatizou: “Enquanto uma mulher que luta pela causa das pessoas com deficiência, perceber essa juventude se dispondo a defender a nossa população, uma juventude que tem tudo pela frente para mudar o mundo, me dá esperança! Isso é muito, muito importante”. 

“Em meio ao caos, perante a desigualdade racial e diante do preconceito, nós estagiárias(os), servidoras(es) e defensoras(es) estamos na luta na Defensoria Pública para proporcionar a igualdade de oportunidades ao público vulnerável. Agora vocês se juntam nessa missão com a gente. Parabéns!”, afirmou Axel. E Álvaro que falou: “Agora vocês todos fazem parte da Defensoria. E eu tô aqui para entregar o diploma e dizer parabéns para vocês”. 

Estiveram presentes, entre outras pessoas, a corregedora, Liliana Sena; o diretor da Esdep, Clériston Cavalcante de Macedo; e a ouvidora, Sirlene Assis; além de defensoras populares, familiares dos empossados e público em geral.