COMUNICAÇÃO
ABARÉ – moradores da cidade aprovam e aproveitam os serviços oferecidos pela Unidade Móvel da Defensoria
Em mais uma itinerância da Unidade Móvel, 77 moradores de Abaré tiveram a oportunidade de resolver os mais diversos tipos de conflitos
“É uma ação muito boa para quem não tem condições financeiras. Chegou para ajudar a população de Abaré e de toda a Bahia. Que venha mais vezes”. A aprovação da agricultora Jucilene Oliveira, 35 anos, mostra que a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA está, literalmente, no caminho certo. Nesta sexta-feira, 9, o destino foi a cidade de Abaré, no norte do estado, e 77 moradores aproveitaram a visita da Defensoria ao município.
E a proposta da Unidade Móvel é, justamente, rodar por toda a Bahia e levar a Defensoria aos lugares que ainda não têm defensor público. “A procura dos moradores provou que esta região é carente da presença da Defensoria Pública. Eles precisam de uma instituição autônoma e independente, como a nossa, para agir e propor as ações cabíveis. Foi mais um dia produtivo para nós”, ressaltou o coordenador da Unidade Móvel, Marcus Vinícius Lopes de Almeida.
Aproveitando os serviços
Primeira a chegar, a agricultora Luciene, citada no início da matéria, fazia questão de contar a todo mundo estava ali com um único objetivo: “quero divorciar”. Após 12 anos de separação, finalmente, ela e o ex-marido deram o primeiro passo rumo à homologação do divórcio.
Enquanto o casamento de Luciene durou 16 anos, o da também agricultora Marinalva Nascimento, 45 anos, não durou nada. “Naquela época, há quase 30 anos, os pais obrigavam as filhas a casarem. No dia do meu casamento, fui ao cartório, vestida de branco, assinei o papel com ele e, depois, seguiu um para cada lado. Vi só nesse dia e nunca mais”, revelou a agricultora, enquanto aguardava atendimento.
Quem também soube aproveitar os serviços oferecidos pela Unidade Móvel foi a agricultora Daniela Maria dos Santos, 26 anos, que tratou logo de resolver dois casos de uma só vez: a pensão alimentícia do bebê J.O.S.R., de 7 meses, e o exame de DNA da pequena D.S., de 4 anos. “Já tentei resolver com os pais dos dois, mas não consigo. O do DNA agora não tem saída, vai ter que vir fazer. Já o da pensão dava uma ‘coisinha’ no começo e tem cinco meses que não dá nada”, contou a mãe das crianças. “O DNA é bom porque a gente tira logo a dúvida se ele é ou não é o pai da criança. Eu mesma só resolvi fazer agora porque ela tá crescendo e começando a parecer com ele”, contou a também agricultora Liliane Félix da Conceição, 25 anos.
Três supostos pais
O movimento em um dos gabinetes da Unidade Móvel, em que são realizados os exames de reconhecimento de paternidade, não para. E, em Abaré, esse movimento se tornou ainda mais intenso com o atendimento à lavradora Elisângela Santos, 24 anos: ela tem dúvida sobre quem são os supostos pais de seus quatro filhos e chamou três deles para realizarem o exame oferecido pela Defensoria.
“Tivemos que criar uma logística para o atendimento deste caso: a cada coleta ela ia buscar os filhos lá fora, um de cada vez, e o suposto pai. Coletamos o sangue dela três vezes e, ao todo, foram nove coletas realizadas, um recorde para uma pessoa só”, observou o servidor Marcos Silva, que realiza as coletas.
“Eu brigava com um e corria para o outro. Resultado: não sei quem são os pais dos quatro, pois já fiz alguns exames com outros e deram negativo. Agora, não tem mais possibilidade, vai ter que dá positivo com esses daí”, espera a lavradora.