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Para a pequena C.V.R, de apenas 7 anos, a manhã do último sábado (28) pode marcar uma nova etapa em seu convívio familiar. De acordo com a mãe da criança, Rosana Monteiro, a menor é criada pelo seu último companheiro, mas um desconforto persistia na família pela possibilidade de a menor ter sido fruto de um relacionamento anterior.

Acompanhada pela mãe e pelos supostos pais, a criança esteve no Centro Social Urbano (CSU) de Narandiba, onde a Defensoria Pública promoveu a 2ª etapa da Ação Cidadã Sou Pai Responsável, com a realização de exames de DNA gratuitos para as famílias que buscaram regularização de paternidade. Além de C.V.R., cerca de 100 atendimentos foram realizados durante a iniciativa, que aconteceu também nos bairros de Luís Anselmo, Vasco da Gama e Castelo Branco entre os dias 26 e 28 de agosto.

Para a defensora pública Célia Padilha, uma das responsáveis pelos atendimentos no bairro de Narandiba, a Ação Cidadã em 2010 ajudou a reafirmar a importância do trabalho itinerante da Defensoria nos bairros, garantindo um serviço de qualidade e economia de tempo e dinheiro para os assistidos. “Ademais, é preciso ressaltar que o serviço de DNA gratuito é importante instrumento de cidadania, pois permite estabelecer e fortalecer as relações sentimentais entre pais e filhos dentro do núcleo familiar”, pontuou.

Esta foi a maior motivação de Rosana Monteiro para buscar a regularização da paternidade de sua filha. “Foi uma grande oportunidade. Há muitos pais que não assumem a responsabilidade de ajudar a criar o filho. Assim como eu, tem muita gente precisando saber a verdade, conseguir a pensão de alimentos e os direitos da criança”, relata. Atendendo ao convite da Defensoria, Adaílson Silva afirma que busca agora acabar com todas as dúvidas e, a depender do resultado dos exames, fará a regularização no registro da menor C.V.R. “Na minha família não tem ninguém desamparado e é isso o que buscamos aqui. O importante é a vida da criança”, assegura.

Posturas como a de Adaílson renderam uma grata surpresa para as defensoras. Na edição 2010 da Ação Cidadã – Sou Pai Responsável, a defensora Gisele Aguiar destacou o avanço da conscientização das famílias quanto à importância da figura paterna no desenvolvimento da criança. “Ouvimos depoimentos emocionantes de pais que estão buscando os filhos, querendo a confirmação para estreitar os laços de família. Isto nos surpreende, pois, apesar de ainda não ser a maioria das histórias, acredito que já seja reflexo do nosso trabalho de conscientização”, comemora.

É o caso de Márcio Cerqueira, que procurou o CSU de Luís Anselmo para acabar com suas dúvidas: “Depois do resultado, as coisas vão mudar bastante, pois não haverá mais dúvidas e eu vou gostar ainda mais da criança, que ganhará mais amor de mim e da minha família. Além disso, quero solicitar a guarda fixa do meu filho e ter ele ao meu lado, se for possível, todos os dias”, conta.

Durante a ação Cidadã, foram utilizados dois métodos de exame: o FTA, no qual é feita uma pequena punção no dedo para extrair gotas de sangue, e a colheita de células da mucosa bucal (realizado com escovinhas). “É preciso comparar o perfil genético dos 3 envolvidos no caso: mãe, pai e filho, para atestar a paternidade”, esclarece a biomédica do GACC, Marina Jobard. A previsão dos técnicos é que os resultados saiam em até 40 dias úteis