A apresentação do Relatório do Observatório do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA que seria realizada nesta quarta-feira, 18, na Assembleia Legislativa, será adiada em razão da pandemia do coronavírus (COVID-19) que no Brasil já tem mais de 200 casos registrados.

Ainda a ser estabelecida e divulgada, o encontro será agendado em uma nova data. O relatório da DPE-BA traçou o perfil dominante das mulheres vítimas de agressão doméstica e familiar atendidas na Instituição entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. Nele constam também características do atendimento às mulheres como informações sobre saúde da mulher com estudo de caso, modalidades de violências sofridas, tipificação penal das ocorrências, informações sobre medidas protetivas, registro de ocorrências anteriores, entre outras.

Dados do relatório

Das 281 mulheres atendidas neste contexto de violência, o estudo revelou entre outros pontos que 91,45% são mulheres negras, 100% delas são cisgênero*, 99, 64% são heterossexuais, 52,31% têm idade entre 30 e 44 anos, 62,3% apontam o estado civil como de solteiras e 46,26 % têm o ensino médio completo.

Sobre o perfil majoritário dos agressores, os homens correspondem a 96,79%, 100% são cisgêneros, 99,63% heterossexuais, 69,17% têm renda média de até dois salários mínimos, 52,89% têm idade de 30 a 44 anos, 38,31% têm ensino médio completo, 54,09% são ex-parceiros das vítimas e 90,61% têm filhos.

Sobre o perfil social das mulheres, o relatório apontou ainda que 83,57% das mulheres têm renda própria e 68,1% entre estas têm renda mensal de até um salário mínimo; 87,9% delas são mães, 50% tem residência própria e 59,13% vivem em lares compostos por duas ou três pessoas.

* – Cisgênero – Termo que abrange os indivíduos que se identificam, em todos os aspectos, com o gênero atribuído ao nascer em função do seu sexo biológico.