COMUNICAÇÃO

AIQUARA – Unidade Móvel da Defensoria visita a cidade e atrai moradores para a Praça da Feira

12/07/2019 18:01 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Durante a parada nesta sexta-feira, 12, foram registrados 92 atendimentos sobre os mais diversos casos

De origem indígena, a palavra Aiquara significa caminho da toca. E nesta sexta-feira, 12, todos os caminhos da cidade de Aiquara, no sudoeste do estado, levaram à Praça da Feira, no centro da cidade, onde a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA fez a sua parada e levou o acesso à justiça para a cidade que está entre as dez com menor número de habitantes na Bahia. Durante a visita, foram registrados 92 atendimentos sobre os mais diversos casos apresentados pelos moradores.

Primeira a chegar, a dona de casa Maria Lúcia, 57 anos, pegou o caminho da praça para pedir a ajuda da Defensoria para “passar a existir”. “Fui registrada aos 15 anos e com o nome de outra pessoa sem nem saber. Como não sei ler e nem escrever, nunca percebi que aquela Maria Lúcia Rodrigues França não era eu. O nome é dela, o pai e a mãe são os dela e não tem nada meu no documento. Não vejo a hora de desfazer esta confusão e passar a existir, pois sem documento em meu nome de verdade não sou ninguém”, relatou a dona de casa, que, na verdade, chama-se Maria Lúcia Celestino dos Santos. Como solução para o caso, a Defensoria ajuizará uma ação para abertura de registro civil. “Graças a vocês, agora vou ter nome, sobrenome e um documento. Não vejo a hora disso acontecer”, agradeceu a dona de casa, durante o atendimento.

Já o mecânico de refrigeração Tauan Jesus Souza, 24 anos, atendeu ao chamado do suposto pai e pegou o caminho de Salvador até Aiquara para realizar o exame de DNA e investigar se é mesmo filho dele. “Já vínhamos pensando em fazer este exame. Assim que soube que vocês estariam aqui liguei para ele e avisei que teríamos esta oportunidade. Agora é esperar o resultado e, se der positivo mesmo, reconhecê-lo como meu filho e bola pra frente. Vamos esquecer o passado, pois quem vive de passado é museu”, comparou o suposto pai, o comerciante Jeffson Barberino, 47 anos, na realização do exame. “Sempre me senti constrangido por não ter o nome de um pai no registro, mas, graças a esta oportunidade dada pela Defensoria, chegou a hora de corrigir isso”, contou o filho, que viajou mais de sete horas para chegar até Aiquara.

Quem também aproveitou a oportunidade de ter a Defensoria em sua cidade foi a dona de casa Valana Alves, 32 anos, que foi em busca de orientação jurídica sobre o direito dos filhos. “O pai deles mora em São Paulo e não dá roupa, sapato, remédio e nem dinheiro. Não sabia o que fazer para resolver isso e, aqui, fui orientada e já sei qual caminho seguir. Uma orientação faz toda a diferença, você passa a conhecer quais são os seus direitos e como correr atrás deles”, contou a dona de casa.

“Dá gosto de ver vocês trabalharem”

O trabalho do coordenador da Unidade Móvel, Marcus Vinícius Lopes de Almeida, das defensoras públicas Laís Santos Oliveira e Thalita Viegas Borges, e dos servidores de Jequié e Salvador, que atuaram durante esta visita da Unidade Móvel a Aiquara, foi destacado pelos moradores. “Dá gosto de ver vocês trabalharem. É um trabalho desenvolvido com prazer, um trabalho nota 10”, parabenizou a dona de casa Maria Lúcia, que não parava de agradecer à Defensoria pela atuação na cidade.

“Os resultados foram excepcionais: além de terem sido celebrados muitos acordos extrajudiciais, fizemos encaminhamentos de várias questões envolvendo infância, que são prioritários nos termos constitucionais. É muito relevante que a Defensoria se faça presente através da Unidade Móvel e mostre todos os serviços que ela pode oferecer ao cidadão”, destacou a defensora pública Thalita Borges, que atua em Jequié.

Próximas cidades

Depois desta rota de cinco dias pelo sudoeste do estado, que incluiu as visitas às cidades de Manoel Vitorino, Jitaúna e Ipiaú, a Unidade Móvel estará, na próxima semana, nas cidades de Itatim (dias 15 e 16 de julho), Santa Terezinha (17 e 18 de julho) e Salvador (19 de julho).