COMUNICAÇÃO

Alagoinhas – Grupo reflexivo para homens discute masculinidade tóxica na Defensoria

04/11/2019 20:04 | Por Tunísia Cores - DRT/BA 5496

Evento visa conscientizar os homens acerca de temas como machismo e sexismo

A 13ª Regional da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA realizou o primeiro encontro do Grupo Reflexivo para Homens na cidade de Alagoinhas. A iniciativa é direcionada para homens que respondem a processos criminais na Vara de Violência Doméstica na respectiva comarca e visa discutir a masculinidade tóxica. Para isto, a unidade busca formas de ressignificá-la por meio de debates e rodas de conversas com os assistidos.

Um dos assistidos da Defensoria e participante do encontro, José Adriano da Silva Santos, de 42 anos, define o encontro como uma chance de renovação. “Agradeço a oportunidade de ser renovado. Com certeza quero estar presente nos próximos encontros. Desde o dia da conversa com o assistente social já me senti renovado, e hoje mais ainda”, afirmou.

Para ele, o ideal é que os homens presentes absorvam as discussões e tragam para o dia a dia todo o aprendizado. “Que a partir de hoje, todos coloquem em prática o que aprendemos aqui. Se eu tivesse o conhecimento que eu tive hoje não teria acontecido o que aconteceu”, avalia.

O encontro começou a ser gestado semanas antes, quando os assistidos participaram de entrevistas reservadas a fim de proporcionar o acolhimento e o acompanhamento técnico. Na ocasião, os assistidos foram convidados a discutir masculinidade tóxica, machismo e sexismo neste encontro realizado em 25 de outubro.

Durante a realização do encontro, a defensora pública Juliane Andrade e o assistente social Antônio Dantas guiaram o momento. De início, Dantas abordou a existência de grupos reflexivos e a importância de discutir a masculinidade tóxica. Posteriormente, Juliane abordou o histórico e a relevância da Lei Maria da Penha, assim como os impactos negativos gerados na vida dos indivíduos que respondem a um processo penal.

Finalizando o momento, o psicólogo Natan Reis, especialista no tema, deu início à roda de conversa com os assistidos e entregou os certificados de participação, que serão anexados aos processos criminais que respondem.

Na avaliação da defensora Juliane Andrade, o projeto tem como principal objetivo concretizar uma das finalidades da pena, que é a ressocialização – uma vez que a punição, pura e simples, não evita a reincidência, especialmente quando se observa o sistema carcerário brasileiro. Andrade comentou ainda a importância do grupo reflexivo da DPE/BA e os impactos na vida do público masculino, cujo comportamento nocivo é um dos reflexos da masculinidade tóxica.

“Seja na defesa processual do agressor ou da vítima, a Defensoria tem como função primordial também a educação em direitos e a reconstrução do ser humanos, sem julgamentos e sem preconceitos. A existência de profissionais, como o assistente social dentro da sede, fortalece e facilita a construção desse papel por meio da DPE”, destacou a defensora.

O participante João Antônio Ferreira da Silva, 63 anos, avaliou o momento. “Se eu estava com raiva e tristeza, ambas foram todas embora em um ambiente saudável como esse. Saí daqui com a visão totalmente mudada”, finalizou.