COMUNICAÇÃO

Alta demanda marca retorno da Defensoria nos atendimentos itinerantes

23/10/2021 18:08 | Por Rafael Flores - DRT/BA 5159

Cerca de 150 pessoas foram atendidas apenas pela Defensoria neste sábado, 23, no Mutirão da Cidadania

Neste sábado, 23, a Defensoria Pública do Estado da Bahia voltou às atividades itinerantes e recebeu cerca de 150 pessoas no Mutirão da Cidadania, realizado no Subúrbio 360, no bairro de Coutos em Salvador. O evento foi uma realização do Escritório de Projetos Sociais do Gabinete da Vice Prefeitura de Salvador e também participaram com ofertas de serviços o Ministério Público do Estado da Bahia, Tribunal de Justiça da Bahia, Defensoria Pública da União, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), entre outras instituições.

Desde março de 2020, quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, os agendamentos para que a pessoa seja atendida pela Defensoria são feitos exclusivamente através do telefone ou da internet. As ferramentas de agendamento on-line, por exemplo, receberam um aumento de 800% no número de marcações feitas através dela desde o ano passado.  Apesar deste crescimento, o público vulnerável da Defensoria também está entre os que não possuem telefone ou acesso a internet e o Mutirão da Cidadania sinalizou que esta população ficou afastada da instituição neste período.

Maria do Carmo

Maria do Carmo, por exemplo, comprou um celular recentemente e não tinha acesso a internet, por isso não atrasou para pegar a fila que circulava quarteirões no bairro de Coutos. “Eu precisava dar andamento ao processo de divórcio, como que eu faço a união estável com meu atual esposo sem resolver isso? Assim que vi que a Defensoria estaria aqui em Coutos, vim pra cá, resolver pessoalmente, né? Para mim foi muito mais ágil neste sentido”, conta.

“É uma sensação mista de alegria por estarmos voltando para dentro das comunidades, ao mesmo tempo de preocupação, pois nós já tínhamos a ideia que havia uma demanda reprimida, mas não tínhamos noção que seria uma demanda nesta magnitude. São muitas pessoas precisando acessar os serviços da Defensoria e dos demais órgãos”, explica a defensora pública e coordenadora da Especializada de Família Analeide Accioly, que ainda pontuou que as maioria das procuras do mutirão foram por processos já em curso.

Cassiane e as crianças

Acompanhada de três crianças, Cassiane não pensou duas vezes quando ouviu que o Mutirão estaria em seu bairro, se muniu de documentos e foi ao encontro dos/as defensores/as e servidores/as no Subúrbio 360. “Vim resolver questões sobre pensão alimentícia da minha filha e também alguns documentos que essa outra não tinha”, disse ela apontando para uma das meninas, que, como explicou, está sob seus cuidados por conta da situação de vulnerabilidade da mãe.