COMUNICAÇÃO
Audiência pública debate redução de danos e cuidado às pessoas em situação de rua
A Defensoria Pública da Bahia participou da audiência pública junto com outras instituições da rede de atenção e cuidado voltada para as pessoas em situação de rua
A Comissão Especial de Promoção da Igualdade, da Assembleia Legislativa da Bahia realizou na sexta-feira, 20, no Campo da Pólvora, a audiência pública Redução de Danos: a perspectiva do cuidado às pessoas em situação de rua. Esta é a segunda de uma série de três audiências públicas que tem como objetivo central o fortalecimento da Política de Redução de Danos no âmbito da rede de atenção psicossocial, do Sistema de Justiça e do Sistema Único de Saúde. Além da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, também participaram do evento, o Movimento Pop Rua, Ponto de Cidadania, Corra pro Abraço, Coletivo Quilombo, entre outros.
A coordenadora da Equipe Pop Rua da DPE/BA e defensora pública Fabiana Miranda, durante a sua fala, reiterou a redução de danos como sendo a melhor opção para quem faz o consumo abusivo de drogas. Ela ainda destacou a satisfação pela oportunidade em participar de uma audiência pública na rua para falar sobre a população que nela vive.
“Esta é uma chance para ouvir e vivenciar as experiências de quem está no contexto. A atuação do Estado em relação ao setor carece de ações concretas e a sociedade insiste em tornar invisível essa questão”, disse o deputado estadual Bira Corôa. De acordo com Bira, o perfil da população de rua é formado por negros oriundos da periferia onde a exclusão social se faz presente.
A VISÃO DE QUEM VIVE NAS RUAS
“Fui expulso de casa por ser homossexual. A sociedade nos trata como invisíveis, mas merecemos respeito. Nossa luta é grande e jamais esqueceremos daqueles que foram mortos na Candelária. Agradeço ao Centro Pop Rua e a Defensoria que sempre estão nos ajudando”, desabafou Carlos Alberto que está em situação de rua há mais de 10 anos.
Em um depoimento emocionado, Alan da Silva, dependente químico, relatou a importância de ter programas como o “Corra Pro Abraço” que busca promover cidadania e garantir direitos de usuários de drogas em contextos de vulnerabilidade social: “Depois que conheci o ‘Corra’, minha vida mudou. Com o trabalho de redução de danos me tornei mais consciente. Como esse Programa pode acabar? Saí da autodestruição, era uma pessoa sem perspectiva de futuro e hoje estou inscrito no Enem”.
A última audiência está agendada para 31 de outubro, na Alba.