COMUNICAÇÃO
CAMAÇARI – Após vistoria, Defensoria e IPAC avaliam tombamento de fonte histórica em Abrantes
A reunião no local possibilitou que as instituições pensassem em estratégias de preservação ambiental, cultural e história da fonte que é um símbolo de resistência
Fonte de tanta cultura, meio ambiente, resistência e história, do trabalho e cantoria das lavadeiras, da fé das religiões de matrizes africanas e das famosas rodas de samba e capoeira, a Fonte do Buraquinho, em Camaçari, ganhou no dia 20 de maio uma visita que pode ser decisiva para a preservação do local, que vem sendo defendida pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA há muito tempo.
Após intermédio da Defensoria, os técnicos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia – IPAC foram até ao distrito de Marquês de Abrantes e visitaram a Fonte do Buraquinho para conhecerem, de perto, o local que sofre com os impactos do crescimento urbano do entorno e com a falta de políticas públicas para a preservação ambiental e cultural do espaço de tanta tradição.
“A visita do IPAC foi solicitada pela Defensoria na intenção de avaliar a possibilidade de tombamento da Fonte, por pensarmos ser um meio de dar visibilidade e proteger o local, que sofre com a negligência do Município e está abandonado”, ressaltou o defensor público João Tibau Campos, que atua na unidade da Defensoria em Camaçari e acompanha o caso.
Durante a visita, ainda à beira da Fonte, foi realizada uma reunião entre a Defensoria, o IPAC e representantes da Associação Cultural e Inclusão Social – ACIS – de Abrantes. Os técnicos do IPAC reconheceram a importância da luta pela preservação da Fonte do Buraquinho, mas, na visão deles, é preciso revitalizar e requalificar o espaço antes [do processo de tombamento], devido ao estado crítico de abandono.
“Foi uma reunião produtiva e que possibilitou compreender melhor a instância estadual protetiva do patrimônio histórico, assim como pensar em estratégias de preservação da memória e das tradições que sofrem ameaça de apagamento”, acrescentou o defensor João Tibau, que, como medida imediata, expedirá ofício solicitando ao Município que seja efetuada a limpeza periódica do local e também vai avaliar a adoção destas novas estratégias de atuação do caso.