COMUNICAÇÃO
CAMAÇARI – Defensoria discute meios de impulsionar o turismo cultural em Vila de Abrantes
Encaminhamentos incluíram ainda a criação de plano de ação envolvendo órgãos de proteção cultural, ambiental, além de órgãos do Executivo
Distrito de Camaçari, município localizado na Região Metropolitana de Salvador, Vila de Abrantes foi o palco de uma reunião realizada entre a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, a Associação Cultural e Inclusão Social (ACIS) e o Grupo Cultural Lavadeiras da Fonte. Entre os pontos de pauta, a criação de roteiros turísticos e o impulsionamento do turismo cultural na região.
“A ideia inicial é tentar contato com o poder público, especificamente a Secretaria Estadual de Turismo e a Secretaria Municipal de Turismo, para que se garanta às comunidades tradicionais de Camaçari a possibilidade de difusão cultural e a ampliação da visibilidade sobre a diversidade do povo tendo baiano e brasileiro”, afirmou o defensor público João Tibau.
A discussão em prol do impulsionamento do turismo local coloca em destaque locais como a Igreja Matriz do Divino Espírito Santo, de grande relevância histórica e material que também representa um espaço público de esporte e lazer para comunidade; além da Fonte das Lavadeiras, cuja proteção é um dos principais pleitos dos moradores. Além de Vila de Abrantes, a ideia é incluir na tratativa com o município representações de outras localidades de Camaçari.
Além do turismo étnico-afro, houve também discussões sobre diversos tópicos relevantes para a comunidade de Abrantes a partir do impacto gerado pelo racismo estrutural. Do ponto de vista sociocultural, foram colocadas questões como os abusos policiais diante de manifestações culturais da comunidade negra; ocorrências de intolerância contra religiões de matrizes africanas.
Outro ponto relevante da reunião, que aconteceu na última sexta-feira, 14, foi a discussão de meios de proteção ao meio ambiente, uma vez que há uma Área de Proteção Ambiental em Vila de Abrantes, onde também se discute a pretensão de instaurar um parque ecológico.
Neste processo, destaca o defensor, o papel da DPE/BA será viabilizar o contato direto da comunidade com a municipalidade e atuar também na garantia de direitos. “Os próprios cidadãos protagonizam a luta por seus direitos e pelo fim de um histórico de opressão, mas isto passa por colocar Defensoria Pública à disposição como instrumento de luta e reivindicação”, afirmou Tibau.
Encaminhamentos
Esta foi a primeira reunião realizada na localidade. Foi criado, na ocasião, um plano de ação que envolve contato com órgãos de proteção ambiental, tais como o Inema; de proteção cultural, como o Iphan; além de secretarias municipais que cuidam dos respectivos segmentos e de reuniões com representantes do Executivo municipal para discutir possíveis projetos.
O defensor João Tibau representou a DPE/BA na ocasião, mas os diálogos têm sido feitos diretamente com o coordenador da Regional Metropolitana de Salvador, Daniel Soeiro. “A ideia é que possamos, por meio da ciência da Administração Superior da DPE/BA, viabilizar meios simbólicos mais amplos de atuação. Isto incluiria, por exemplo, a participação em eventos culturais da região e o atendimento in loco, permitindo um contato mais forte e a troca entre Defensoria e os assistidos”, finalizou Tibau.