COMUNICAÇÃO
Campanha Crack? Só de Esporte é lançada na CASE Salvador
A iniciativa da Defensoria Pública visa levar, preferencialmente, ao público jovem, informações e relatos de experiências profissionais que possam estabelecer uma nova perspectiva de compreensão sobre o consumo abusivo de substâncias psicoativas. Para conversar sobre o tema, os adolescentes contaram com uma palestra da psicóloga e especialista em substâncias psicoativas, seus usos e usuários, Tânia Costa Duplatt, convidada pela Especializada da Infância e Juventude da Defensoria.
Segundo a psicóloga, atualmente, profissionais da área trabalham focados programas de redução de danos, administrando os efeitos que as drogas trazem aos indivíduos e estimulando a substituição de substâncias psicoativas por outras de menor ofensividade. "Sempre que algum adolescente nos procura, falo da importância em não começar a utilizar as drogas - sejam elas as lícitas, como o álcool ou o cigarro, ou as ilícitas, como o crack, por exemplo. No entanto, se já começou a usar, este jovem deve procurar se cuidar, procurar um médico, já que tudo o que se fuma faz mal a saúde", afirmou.
Nas peças produzidas especialmente para a campanha, apesar da referência ao crack, usado também como metáfora, a abordagem do assunto e a pretensão de sensibilizar os jovens levam em consideração o consumo abusivo de diferentes tipos de substâncias psicoativas, colocando a questão de uma forma diferenciada, sem maniqueísmos e os lugares-comuns tão recorrentes neste tipo de discurso.
BOA NOTÍCIA
"Esta campanha educativa promovida pela Defensoria e pelo Instituto Popó tem o objetivo de conversar com os jovens sobre o uso das drogas ilícitas e lícitas também. Aproveitamos o mote da campanha nacional da Defensoria Pública - este ano, com o tema Pelo Direito de Recomeçar - e trabalhamos com a ideia de que a partir de um tratamento adequado, de capacitação profissional e da ajuda familiar, os jovens presentes aqui hoje também poderão construir uma nova história para suas vidas", destacou a subcoordenadora da Especializada da Infância e Juventude, Laíssa Souza.
A subcoordenadora deu ainda uma boa notícia aos educandos. Em breve, um novo Defensor Público será designado para atuar na área de execução de medidas socioeducativas (tanto medidas de internação como as de semiliberdade) em Salvador, aproximando ainda mais deste grupo os serviços da Instituição.
De acordo com a gerente interina da unidade e coordenadora pedagógica, Patrícia Alves, diante do uso abusivo de drogas pelos adolescentes antes do cumprimento das medidas socioeducativas, as campanhas que tratem do tema são importantes, inclusive, para facilitar o trabalho dos profissionais envolvidos no programa de redução de riscos. "Quando temos uma parceria externa, como esta com a Defensoria, estes jovens se sentem estimulados e vislumbram outra realidade, principalmente quando se trabalha com o esporte - atividade bem aceita por eles", afirmou.
Atualmente, 241 educandos entre 12 e 21 anos estão na CASE Salvador, unidade com capacidade para recebimento de 150 jovens. Lá, adolescentes em cumprimento de medidas alternativas têm acesso a cursos de capacitação profissional como padaria, confecção e acessórios, artefatos de cimento, informática, montagem de móveis, construção de alvenaria, entre outros. Estes cursos são garantidos por meio de parcerias com os governos estadual e federal, através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do Serviço Nacional de Aprendizagem lndustrial (SENAI), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e do Instituto Federal da Bahia (IFBA).