É grande o número de adolescentes que são apreendidos pela Polícia nos circuitos Dodô e Osmar do Carnaval de Salvador. Quase metade deles por envolvimento com o tráfico de drogas e praticamente todos são de família de baixa renda. Como muitos deles não têm passagem pela polícia, a Defensoria Pública do Estado da Bahia, em seu plantão de Carnaval, tem adotado as providências legais para que os adolescentes sejam entregues aos seus pais e respondam o processo em liberdade. Na tarde de hoje, o defensor público Antonio Cavalcante conseguiu a liberação de oito deles que foram recolhidos às unidades da DAÍ, delegacia que cuida dos casos de adolescentes infratores. Deste, cinco são acusados de tráfico de drogas, um foi detido por furto e dois por desordem. Entre eles, uma garota.

Da noite de ontem, 21, para a tarde de hoje,22, dados recebidos pela defensora pública Carmem Albuquerque através da DAÍ, foram apreendidos pelo menos 36 adolescentes. Desses, metade foram recolhidos pela Polícia neste domingo: seis por furto, sete por tráfico de drogas, um por roubo, três por lesões corporais e um por desordem. Segundo o defensor Antonio Cavalcante, um Acórdão do Tribunal da Justiça da Bahia e do Supremo Tribunal Federal prevê a liberação de adolescentes que são flagrados pela primeira e até segunda vez traficando; a partir da terceira vez o infrator deverá ser recolhido a uma unidade de acolhimento de adolescentes para responder processo, devido à conduta reiterada. Alguns não foram liberados porque seus pais não foram localizados.

Plantão Capred – Das 19 horas do sábado até às 17 horas do domingo as unidades policiais encaminharam à Defensoria Pública 30 autos de flagrantes envolvendo 36 pessoas. Desses, 15 flagrantes foram registrados fora do circuito. Metade das prisões efetuadas em flagrante foram por furto.

AÇÕES DA DEFENSORIA – Na tarde deste domingo, 22, os defensores públicos plantonistas percorreram as delegacias e postos da Polícia instalados no circuito para identificar se havia irregularidades nas detenções efetuadas pelos policiais civis e militares. Segundo os defensores públicos Rafael Carvalho e Melina Dantas, na Barra os procedimentos estavam regulares. Em Ondina, o mesmo quadro foi encontrado pelos defensores Alex Raposo e Alexandre Souza. Também está tranqüilo até o momento na avenida Sete, segundo observação dos defensores Tatiane Ferraz e Juarez Martins. Até o momento, 17h56, a Defensoria Pública deu entrada em seis pedidos de fiança, um relaxamento de prisão e três pedidos de liberdade provisória.