COMUNICAÇÃO
Carnaval 2018 – Comunidade denuncia à DPE/BA falta de unidade de saúde no carnaval do Nordeste de Amaralina
Os moradores do bairro e foliões queixaram-se também de violência institucional praticada pela polícia durante o Circuito Mestre Bimba
O plantão itinerante da Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA foi até o Circuito Mestre Bimba, no Nordeste de Amaralina, nesta terça-feira, 13, e recebeu diversas denúncias de moradores e foliões a respeito da falta de uma unidade de saúde para atender as pessoas na avenida onde os trios circulam. Foi relatado aos defensores públicos que a Unidade Básica de Saúde Professor Sabino Silva, vizinha à 28ª delegacia da polícia civil, que teria funcionamento nesse carnaval a partir das 18h, não está realizando os atendimentos.
De acordo com a defensora pública Xênia Araújo, é razoável que, ao organizar um circuito como o Mestre Bimba, onde passam entre 10 e 15 mil pessoas por dia, os órgãos públicos deveriam disponibilizar uma unidade de saúde para atendimento emergencial centralizada na avenida, próximo às pessoas que estão curtindo a festa.
A coordenadora sócio-cultural do site Nordeste Eu Sou, Aline Santos, que ajudou os defensores públicos na identificação dos problemas no trajeto, explicou que a Associação de Blocos Circuito Mestre Bimba contratou bombeiros civis para atenderem os foliões durante os sete dias de festa. “Já que o circuito foi oficializado na programação do Carnaval de Salvador, os governantes deveriam olhar mais para o Nordeste”, destacou ela.
“Espero que o ano que vem melhore, pelo menos uma base médica para socorro e emergência”, desabafou um dos organizadores do Circuito Mestre Bimba, Geovani Andrade. Ele ainda comentou que muitos casos que poderiam ser resolvidos ali mesmo são encaminhados para Unidades de Pronto Atendimento em outros bairros próximos, como Barris, ou para o HGE, por causa da demora da SAMU.
A coordenação do plantão do carnaval, da DPE/BA, vai entrar em contato com as secretarias de saúde municipal e estadual solicitando solução para o caso nos próximos carnavais.
Violência Institucional
Durante a itinerância no Mestre Bimba a Defensoria baiana também recebeu diversas queixas de que a polícia estaria sendo truculenta em excesso e agindo sem proporcionalidade. Segundo os relatos foram usados bombas de efeito moral e gás de pimenta em áreas com presença de crianças.
Conforme o defensor público Armando Fauaze, a instituição de Acesso à Justiça vai apurar os fatos e acionar a Secretaria de Segurança Pública para esclarecer a situação, pois pelos vários relatos ouvidos, parece haver consenso entre os moradores, ambulantes e foliões, de que os órgãos policiais agem na área sem o devido preparo.
“A polícia está sendo irracional no nosso bairro, isso é falta de respeito com a comunidade do Nordeste, com o Vale das Pedrinhas e adjacências”, declarou A.S, que precisou levar o filho passando mal para o hospital por causa do gás de pimenta utilizado.
O vendedor ambulante Luís Damasceno também deixou o recado: “Estamos nos sentindo na Avenida, a gente só precisa ter o respeito da polícia”.