A avenida Milton Santos, em Ondina, recebeu a Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA e diversos órgãos e instituições públicas, nesta quarta-feira, 15, para o lançamento da campanha de combate ao racismo da Secretaria Estadual de Promoção Social e dos Povos e Comunidades Tradicionais – Sepromi. Com tema “Racismo não é brincadeira, não é cantada, não é fantasia. É crime!”, a campanha para o Carnaval 2023 foi divulgada na Unidade Móvel do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, que funcionará a partir desta quinta-feira, 16.

Para a coordenadora do Núcleo de Equidade Racial da DPE/BA, Vanessa Nunes Lopes, a campanha é essencial para combater todas as formas de racismo e intolerância religiosa, com destaque para o racismo recreativo, que pode ser identificado também no Carnaval.

“É muito significativa [essa campanha], pois a gente tem o Carnaval como uma festa negra na sua concepção cultural, estética e política, mas não podemos deixar passar batido que o racismo também se faz presente nesse período. E é isso que a campanha da Sepromi quer denunciar, pois, muitas vezes, o racismo é disfarçado de brincadeira e as pessoas aproveitam para praticar violências dessa natureza”, avaliou.

Nomeada para o cargo de defensora pública geral, Firmiane Venâncio, que assumirá em breve o comando da DPE/BA, chamou atenção para a parceria de longas datas – a ser mantida no Carnaval 2023 – firmada com a Sepromi e com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, também presente no local com sua Unidade Móvel.

“Mais uma vez a Defensoria se une à Sepromi e à SPM no esforço de trabalhar a prevenção, as violações de direitos humanos relacionadas às questões raciais e de gênero. Essa campanha lançada hoje na unidade móvel do Centro de Referência Nelson Mandela é importante, pois, por meio dele, as vítimas serão acolhidas e encaminhadas à nossa Instituição para a adoção das medidas cabíveis dentro da nossa esfera de atuação”, explicou Firmiane Venâncio.

“Racismo não é brincadeira, não é cantada, não é fantasia. É crime!”

Secretária da Sepromi, Ângela Guimarães deu detalhes sobre o slogan da campanha do Carnaval 2023 e destacou que foi formada uma “avenida de direitos” para receber também, além das vítimas de racismo, as mulheres vítimas de violência de gênero.

“A gente sabe que, embora o espírito seja da brincadeira, da fruição, da cultura, às vezes é ‘disfarçada’ de fantasia que os crimes de racismo acontecem. Então, nós estaremos com equipes em todos os circuitos oficiais, e também nos bairros, e fizemos essa ‘avenida de direitos’, em parceria com a SPM, pois aqui será um espaço de acolhimento para todas as pessoas”, explicou Ângela Guimarães.

O Centro de Referência Nelson Mandela está estacionado na avenida Milton Santos, final do circuito Dodô (Barra-Ondina) e funcionará até 21 de fevereiro das 16h às 22h. As vítimas de racismo e intolerância religiosa podem se dirigir ao espaço, onde será feita a triagem e a coleta das principais informações para, em seguida, haver o direcionamento aos órgãos responsáveis, conforme orientou Aline Santos, coordenadora do Centro de Referência Nelson Mandela.

“Os assistidos e assistidas podem vir aqui em Ondina ou ir à delegacia mais próxima para fazer a ocorrência. Desde 2013, atua com demandas espontâneas e trabalhos itinerantes nas festas populares, entre elas, o Carnaval e essa Unidade Móvel representa um importante equipamento de articulação para combate ao racismo e à intolerância religiosa”, finalizou.

Também participou do evento a coordenadora do Núcleo de Integração da Defensoria, Cristina Ulm, além de representantes de diversos órgãos e instituições públicas, a exemplo da Secretaria Estadual de Política para as Mulheres, do Ministério Público da Bahia, da Polícia Militar, entre outras.