COMUNICAÇÃO

Cartilha de combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes é lançada pela Defensoria Pública da Bahia

27/06/2018 12:11 | Por Luciana Costa - DRT 4091/BA (texto e fotos)

A cada 8 minutos, uma criança sofre abuso sexual no Brasil

Oferecer uma ferramenta a mais para que pais e responsáveis saibam identificar o abuso sexual e proteger crianças e adolescentes contra esse tipo de agressão – esse é um dos objetivos principais da cartilha Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes: não deixe acontecer na sua casa. A publicação foi lançada nesta terça-feira, 26, pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA através da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

“Começamos a perceber como esse crime é tão silencioso e principalmente como as famílias chegavam dilaceradas perante o defensor público. Elas precisam muito mais do que apenas o atendimento jurídico, o que elas necessitavam era de um atendimento psicossocial, um acolhimento. Por isso, a Especializada elaborou essa cartilha para estimular o diálogo até mesmo dentro de nossas casas. Porque o diálogo tem que chegar primeiro que o crime”, destacou a subcoordenadora da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Gisele Aguiar.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, mostram que 70% das vítimas de estupro do país são menores de idade. A cada 8 minutos, uma criança sofre abuso sexual no Brasil. Conforme informações do Ministério da Justiça, em 90% dos casos, o abuso é cometido por alguém que a conhece.

“Infelizmente os dados são muito cruéis. E as pesquisas mostram que os abusadores são pessoas próximas. 80% são conhecidos e cerca de 50% são da própria família. Isso mostra que precisamos repensar nosso processo de educação. Ainda é muito comum nesse processo não darmos voz as crianças, mas precisamos dar voz para que elas cresçam em um ambiente no qual possam expressar suas emoções e curiosidades”, explicou a psicóloga da DPE/BA, Vanina Miranda.

Como o abuso sexual acontece? Quais são as formas mais comuns? Quais as consequências para quem passa por esse trauma? Qual é o papel dos pais ou responsáveis? Quem procurar nesses casos? Todas essas informações podem ser encontradas na cartilha de autoria dos defensores públicos Alan Roque, Alexandre Alves, André Maia, Hélio Soares, Nelson Cortês, das defensoras públicas Gisele Aguiar, Laíssa Rocha, Mônica Soares, Paula Nunes e da psicóloga Vanina Miranda.