"Os idosos não servem pra nada". "O envelhecimento causa transtornos para a família". "Não tenho paciência com a minha avó". As frases podem chocar, mas ainda são ouvidas por muitas pessoas idosas que vivem em um cenário de preconceito e estigmatização. E com o objetivo de empoderar essa parcela da população, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA lançou nessa terça-feira, 25, a Cartilha da Pessoa Idosa – Sempre é tempo de aprender. Na publicação constam dicas para melhoria da qualidade de vida, direitos da pessoa idosa, informações sobre a Defensoria Pública e esclarecimentos acerca de temas relacionados ao público-alvo da cartilha.

"A Cartilha contribui para que as pessoas tomem conhecimento dos seus direitos e saibam quais órgãos e instituições devem buscar orientação quanto aos seus direitos. Além do lançamento da cartilha, estamos promovendo um encontro intergeracional, um momento de lazer e descontração com o Samba de Roda sempre presente nos eventos da Especializada", disse a subcoordenadora da Especializada de Proteção à Pessoa Idosa, Laise de Carvalho. Músicos e dançarinas do Grupo Renascer da Terceira Idade, que faz parte das Organizações Sociais Irmã Dulce, fizeram uma apresentação de samba de roda.

A diretora da Escola Superior da Defensoria Pública da Bahia, defensora pública Firmiane Venâncio, elogiou a inciativa e destacou o papel da Instituição: "A Defensoria Pública tem o dever de proporcionar educação para o direito. E uma das formas que encontramos e que tem se mostrado muita produtiva é a construção de cartilhas que servem não apenas para orientar acerca dos direitos, mas para trazer reflexões de pontos importantes como a vivência da pessoa idosa nos seus ambientes com as demais pessoas".

Para a aposentada Carmem Lucia Abraão, 79 anos, publicações como a elaborada pela DPE/BA facilitam o acesso a informações que muitas vezes os idosos desconhecem onde encontrar.

Palestras

A psicóloga do Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso – CREASI – Janine Soub falou sobre os desafios vividos durante o processo de envelhecimento, como as perdas físicas e a mudança do papel social exercido. "Muitas vezes a pessoa idosa é alvo de violência, de discriminação e é uma população que precisa se empoderar em relação aos direitos para ter sua dignidade resgatada e respeitada e para que consiga manter um convívio social de maneira saudável".

Já o economista Antônio Oliveira chamou a atenção do risco do empréstimo consignado: "O endividamento em função de dependentes da renda do idoso é uma realidade frequente. Por isso, o ideal é ter cuidado para que as despesas não fiquem além da renda. Empréstimo consignado é uma modalidade perigosa porque nada mais é do que uma renda fictícia. A pessoa não ganha durante o mês o valor que ela toma emprestado".

Participaram do evento: Faculdade Livre da Maturidade, Universidade Aberta da Terceira Idade, Fórum da Pessoa Idosa, Obras Sociais Irmã Dulce, Casa do Aposentado, Conselho Municipal do Idoso, Associação dos Aposentados, Poder Grisalho, entre outros.