COMUNICAÇÃO
Chorrochó – orientação jurídica é um dos destaques da visita da Unidade Móvel da Defensoria à cidade
Além de orientação jurídica, esta edição da itinerância atendeu a casos relacionados à pensão alimentícia, divórcio consensual, orientação jurídica, exames de DNA e muito mais
Ainda faltam alguns dias para a estação mais quente do ano, o verão, começar, mas em Chorrochó, no norte baiano, parece que é verão o ano todo. Sob um sol de mais de 35°, a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA chegou à cidade e, nesta quinta-feira, 14, atendeu a 59 casos relacionados à pensão alimentícia, divórcio consensual, orientação jurídica, exames de DNA e muito mais.
“Esta foi itinerância positiva no sentido de conhecer esta região muito carente da Bahia, que é a região de Chorrochó. O principal valor das itinerâncias feitas com a Unidade Móvel reside, justamente, nesta aproximação da Defensoria com seu público-alvo, que é a população em situação de pobreza e hipossuficiente”, observou o coordenador da Unidade Móvel, Márcio Marcílio. Além dele, a itinerância contou com a participação da subcoordenadora da Especializada Criminal e Execução Penal, Fabíola Pacheco, do defensor público Marcus Vinícius Almeida e dos servidores de Salvador.
Em busca de orientação
“Não é todo dia que a gente recebe uma benção dessa na cidade. Temos que aproveitar”, disse a lavradora Leonilda Conceição, 36 anos, que soube aproveitar mesmo a visita da Unidade Móvel e foi em busca de orientação jurídica sobre como resolver o parcelamento de uma dívida da mãe, que tem 43 contas de luz em aberto. “Já tem mais de quatro anos e o valor já passou de R$ 2.600. Tentamos acordo para parcelar e não foi aceito. Vivemos à luz de velas”, relatou.
Quem também foi buscar orientação sobre uma dívida foi a agricultora Maria Cleonice dos Santos, 35 anos: ao se mudar de São Paulo para Chorrochó, as faturas do seu cartão de crédito não foram mais recebidas e, quando descobriu, seu nome tinha ido parar no Serviço de Proteção ao Crédito – SPC. “Não é nem uma dívida minha, fiz compras para minha cunhada e ela nunca me pagou. Ao mudar pra cá, informei meu novo endereço ao banco, mas as faturas nunca chegaram e eu ainda fiquei com minha conta ativa, o que gerou mais cobranças”, contou.
Por falar em banco, você já imaginou alguém dizer que depositou um dinheiro em sua conta e, depois de procurar entender o que aconteceu, pois o dinheiro não era compensado, você descobre que a pessoa depositou um envelope vazio só para ter o comprovante em mãos? Foi isso que aconteceu durante um período com o pagamento da pensão alimentícia da filha da autônoma Jeovânia dos Santos, 33 anos. “O pai dela dizia que depositava, mas, quando eu tirava o extrato da conta, nada tinha sido compensado. Aí fui no banco e descobri que os envelopes estavam vazios”, revela. Há dois anos, o pai da menina passou a depositar o “envelope cheio”, mas não segue o valor estabelecido em acordo e a autônoma procurou a Unidade Móvel da Defensoria para saber como fazer para que a diferença seja paga.
“Quer saber minha história? Puxa uma cadeira aí que a conversa é longa”. Assim, a estudante S.S.A.B., de 15 anos, resumiu sua luta para para realizar o exame de DNA com seu suposto pai. Disposta a fazer o exame, ela conseguiu convencer tanto sua mãe como ele a, finalmente, comparecem à Unidade Móvel e realizarem a coleta do sangue. “Eu que quero tirar esta dúvida e não posso carregá-la comigo a vida inteira. Ele nunca me registrou, nunca me deu pensão e eu tenho o direito de saber se ele é meu pai mesmo ou não”, contou.
Cidade natal
“É Doutora Fabíola que está atendendo aí?”. A pergunta de uma moradora é sobre uma “filha” de Chorrochó, que se tornou defensora pública e não via a hora da Unidade Móvel da Defensoria atender em sua cidade natal: é a subcoordenadora da Especializada Criminal e de Execução Penal da DPE/BA, Fabíola Pacheco.
“É um orgulho participar deste projeto da Defensoria que eu considero um dos mais importantes e grandiosos por levar a Instituição para mais perto da população carente. Trazer a Unidade Móvel para Chorrochó também é uma honra e uma alegria imensa, pois foi aqui que eu nasci, cresci e comecei minha formação educacional. Hoje, estou tendo a oportunidade de trazer um pouco do que conquistei”, ressaltou Fabíola Pacheco, que recebeu a visita dos pais e demais familiares na Unidade Móvel.