Quando policiais acabam matando suspeitos no curso de ações ou operações, se praticadas em legítima defesa e proporcionais ao combate travado, estas mortes são classificadas como “autos de resistência” e não serão passíveis de responsabilidade criminal. Por falta da necessária investigação que determine este fundamento, no entanto, esta catalogação vem constantemente encobrindo violações e abusos letais das forças de segurança pública, é o que denuncia o documentário “Auto de resistência” dirigido por Natasha Neri e Lula Carvalho. 

Como parte do projeto Cine Debate promovido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia –DPE/BA, o filme será exibido nesta sexta-feira, 20, às 14h30, na Sala de Cinema Walter da Silveira, na Biblioteca Central do Estado da Bahia, no bairro dos Barris em Salvador. O evento é gratuito

Com a presença da diretora Natasha Neri, que é também pesquisadora na área de violência urbana, a exibição será seguida de debate, contando ainda com a participação de Rute Fiúza, mãe de Davi Fiúza, morto em 2014 em Salvador e cujo corpo nunca foi encontrado; do investigador da Polícia Civil da Bahia e membro do Coletivo Policiais Antifascismo, Kleber Rosa; da socióloga e ativista do movimento negro, Vilma Reis; e da defensora pública e coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da DPE/BA, Lívia Almeida.

O documentário
Fruto de extensa pesquisa, o filme acompanha a trajetória de personagens que lidam com essas mortes em seus cotidianos no Rio de Janeiro. Examina o tratamento dado pelo Estado a esses casos, desde o momento em que um indivíduo é morto, passando pela investigação da polícia, até as fases de arquivamento (que respondem por 98% dos casos) ou julgamento por um tribunal do júri.

Para tanto o filme se vale de casos emblemáticos ocorridos no Rio de Janeiro como o de Jhonata Dalber, que em junho de 2016, aos 16 anos, foi morto por policiais no morro do Borel, zona norte do Rio, com um tiro na cabeça. O adolescente tinha ido comprar pipoca para uma festa do irmão quando foi assassinado pelos policias que alegaram ter confundido a pipoca com um saco de drogas.

SERVIÇO
O quê: Cine Debate da Defensoria Pública do Estado da Bahia com a exibição e discussão do documentário “Auto de resistência” (2018 – 104m)
Quando: dia 20 de setembro (sexta-feira), às 14h30
Onde: Sala de Cinema Valter da Silveira na Biblioteca Central do Estado da Bahia, Rua General Labatut, 27, Barris, Salvador

Confira aqui o trailer do documentário: