Em celebração ao Julho das Pretas, a próxima edição do Cine Debate da Defensoria Pública da Bahia exibirá o filme nacional “Pureza”, dirigido por Renato Barbieri e estrelado por Dira Paes. O longa, baseado em fatos, retrata a trajetória da maranhense Pureza Lopes Loyola, que parte em busca de seu filho desaparecido e acaba se tornando um símbolo do combate ao trabalho análogo à escravidão. O evento é gratuito e acontecerá no dia 19 de julho, das 13h30 às 17h, na Sala Walter da Silveira, em Salvador.

Como forma de destacar a luta e o protagonismo das mulheres negras, a sessão será seguida de um debate com a participação de Júlia Lordelo, defensora pública e membra da ColetivA das defensoras públicas, e Lilian Azevedo, procuradora do município de Salvador e presidenta da Associação Nacional dos(as) Procuradores(as) Municipais (ANPM). A mediação ficará por conta de Carolina Borges, defensora pública e membra do Núcleo de Equidade Racial da DPE/BA.

Uma iniciativa da Coordenação da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos e Itinerante, o Cine Debate busca promover educação em direitos e reflexões importantes sobre temas sociais a partir de obras cinematográficas. O projeto conta com a parceria da Funceb/Secult e da Pipoca Magrela. 

Sobre Pureza

Em 1993, Antonio Abel, filho caçula de Pureza Lopes Loyola, desapareceu e ela partiu em busca dele para o Pará, levando apenas o essencial: roupas, uma bolsa, uma bíblia e uma foto do filho. Ao chegar lá, descobriu a realidade cruel do trabalho análogo à escravidão em fazendas, onde muitos homens eram enganados e submetidos à condições desumanas. 

Determinada a encontrar seu filho, Pureza começou a trabalhar como cozinheira nas fazendas do sul do estado, enquanto denunciava os abusos que testemunhava. Com ajuda da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do missionário Flavio Lazzarin, Pureza contatou autoridades no Maranhão, Pará e Brasília, incluindo os presidentes Fernando Collor, Itamar Franco (único que lhe respondeu) e Fernando Henrique Cardoso.

Depois de três anos de busca incansável, reencontrou seu filho em 1996, após ele fugir de uma fazenda. Atualmente, Antonio Abel vive com segurança ao lado da mãe em Bacabal, Maranhão. 

A batalha de Pureza para encontrar Abel deu impulso decisivo à criação, em 1995, do Grupo Especial Móvel de Fiscalização, que uniu auditores-fiscais do trabalho, policiais federais e procuradores do trabalho para combater o trabalho análogo à escravidão em todo o território nacional.

Por sua coragem, Pureza foi premiada pela Anti-Slavery International e homenageada em Washington, aos 80 anos, pelo secretário de Estado Anthony Blinken com o prêmio “Heróis no Combate ao Tráfico”.

Serviço:

Evento: Cine Debate com a exibição do filme “Pureza”

Data: 19 de julho (sexta-feira)

Horário: 13h30 às 17h

Local: Sala Walter da Silveira, na Biblioteca Central do Estado da Bahia, na rua General Labatut, 27, Barris, Salvador