O intercâmbio de experiências, reflexões e considerações quanto às políticas brasileiras acerca das drogas foi possibilitado nessa quarta-feira, 18, pelo projeto Diálogos Intercambiantes, iniciativa inovadora do  Coletivo Intercambiantes Brasil, que permitiu conectar diversos pesquisadores e profissionais da área da saúde através do sistema de videoconferência da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA.

Com o apoio da Instituição, o evento, realizado pelo núcleo baiano do Coletivo Intercambiantes, aconteceu na Escola Superior da Defensoria e foi transmitido ao vivo pela Live do site (http://live.defensoria.ba.def.br).

Em um bate-papo qualificado, os especialistas no tema álcool e outras drogas, Antônio Nery Filho (médico psiquiatra, psicanalista e doutor em Sociologia e Ciências Sociais) e Rafael West (psicólogo e mestre em Políticas Públicas) romperam as fronteiras entre os Estados da Bahia e de Pernambuco e refletiram os caminhos que o país tem seguido nessa área entre os anos de 2010 e 2018.

“Nosso interesse é criar uma rede viva dialogante, para que possamos juntos gerar novas possibilidades, até então desconhecidas para nós. Fazemos isso através da Rádio Metrópole aqui em Salvador todo domingo e agora inauguramos com a participação da Defensoria uma nova comunicação com nossos pares em todo o Brasil”, destacou Antônio Nery.

Segundo ele, o Coletivo Intercambiantes também usa meios como um grupo no Whatsapp para a troca de experiências. “Uma das pessoas que nós convidamos pra esse coletivo foi a defensora Fabiana Miranda, que abriu as portas da Instituição para essa atividade e a Defensoria nos trouxe esse apoio. Tenho impressão que vamos construir uma terceira via entre o que é da ordem multiprofissional e o que é da ordem jurídica, no caso, a Defensoria”, finalizou Nery.

A coordenadora do Núcleo Pop Rua, Fabiana Miranda, que fez a abertura dos Diálogos Intercambiantes, considera a iniciativa interessante e inovadora. “Palestrantes ou facilitadores dialogam entre si, em diferentes Estados, em um evento transmitido para todo o Brasil, em que as pessoas podem participar fazendo perguntas nas redes sociais”, explicou a defensora pública.

“No Núcleo Pop Rua, por exemplo, nós atendemos pessoas em situação de rua que fazem uso de substâncias e a gente promove direitos humanos para essas pessoas, por isso a gente participa do coletivo. É um tema que interessa a toda a Defensoria Pública”, comentou Fabiana Miranda.

Também participaram do diálogo a psicóloga e coordenadora de educação permanente da CapsAd Gregório de Matos, Renata Pimentel, e o professor da UFRB e doutorando em saúde coletiva, João Mendes.

Coletivo Intercambiantes

O Coletivo Intercambiantes Brasil é uma iniciativa que reúne profissionais de diversas formações e de variadas regiões do país num grupo nacional que baseia-se em princípios da ética, da bioética e de Direitos Humanos para atuar fomentando e apoiando políticas na área do álcool e outras drogas.

Entre as pautas defendidas pelo coletivo estão as práticas de redução de danos; o fim da guerra às drogas; a Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial. Os intercabiantes também são defensores dos princípios do Sistema Único de Saúde – SUS e do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e da diversidade da vida e dos modos de existir.

No ano passado o Coletivo Intercambiantes realizou uma conferência internacional, em Salvador, trazendo diversos pesquisadores e contribuidores para o saber no campo das substâncias psicoativas.