COMUNICAÇÃO
Com auditório lotado, DPE/BA encerra programação voltada para o Dia da Visibilidade Trans
Ao longo dia, performances artísticas, palestras e o lançamento da cartilha “Entendendo a diversidade sexual” fizeram parte da comemoração
Há 15 anos que o dia 29 de janeiro é marcado no Brasil como o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, que promoveu durante todo o dia uma programação especialmente voltada para a data, encerrou as comemorações com o auditório da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia – ESDEP lotado de pessoas que foram até o local para assistir as palestras, performances artísticas e acompanhar o lançamento da cartilha Entendendo a diversidade sexual.
“O sentimento que eu tenho é de gratidão. Gratidão a Instituição que abriu as portas e acolheu o projeto desde o início. Gratidão ao defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, que esteve conversando de forma horizontal comigo. Espero que a próxima gestão siga esse exemplo para que eventos como esse composto de pessoas trans aconteçam. Onde temos o poder da fala para falar sobre nós. O que eu desejo é que a Defensoria Pública continue a manter e respeitar o Dia da Visibilidade Trans entendendo que esse dia é um dia de não apagamento da nossa existência”, disse a estagiária de gênero e diversidade da Defensoria, Ariane Senna, idealizadora do evento.
No evento, o defensor público Cesar Ulisses, que atua na Especializada de Proteção aos Direitos Humanos da DPE/BA, destacou o importante papel que a Instituição exerce na educação em direitos: “A defesa da população trans gera impacto na sociedade. O respeito a identidade de gênero, entender sobre o assunto e suas peculiaridades também fazem parte da educação em direitos que é algo feito para potencializar o efeito do nosso trabalho”.
Ainda durante a tarde, o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTs foi apresentado pela coordenadora da Rede de Enfrentamento a Violência contra LGBT, Symmy Larrant, que descreveu o Centro não só como um espaço de luta, mas um lugar no qual as pessoas encontram acolhida, amor e afeto para enfrentar o preconceito. Localizado na Rua do Saldanha, esquina com a Rua 28 de Setembro, no Centro Histórico, o espaço desenvolve ações que combatem a discriminação e a violência contra pessoas LGBT, além de realizar a formação de profissionais para promoção de uma cultura de respeito à diversidade sexual, acompanhando e monitorando os dados da violência LGBTfóbica no Estado.
O Mães do Arco-íris é um coletivo que também participou da atividade. Formado por pais, mães, profissionais parceiros e pessoas LGBTs, que lutam pelo reconhecimento, visibilidade e respeito dos direitos da comunidade e de seus familiares as mães dialogaram sobre a importância do apoio familiar e como isso pode e deve superar qualquer preconceito.
As transrelações foram tema de discussão na palestra apresentada por Théo Brandon e Yuna Vitória: “Falar desse tema é questão de existência porque estou em uma relação transcentrada e tivemos algumas dificuldades por conta disso. Acesso ao espaço de saúde, acesso a dispositivos legais, que nos reconhecessem enquanto casal heterossexual, por exemplo. Estamos planejando ter uma criança e fomos violentados pelo dispositivo biomédico que queria colocar meu sexo como masculino e o sexo do meu companheiro como feminino para que tivéssemos acesso aos procedimentos, sendo que já somos retificados nos nossos registros civis. Então percebemos que era político abordar essas questões que até então era uma coisa nova”, explicou a cantora Yuna Vitória.
O Prepara Salvador também se fez presente e falou sobre a pesquisa que estão realizando com o objetivo de contribuir para a diminuição da incidência do HIV nessa população. De acordo com o representante Bruno Santana, a pesquisa está sendo realizada em mais duas capitais além de Salvador – Belo Horizonte e São Paulo com adolescentes de 15 a 19 anos. As performances artísticas ficaram por conta de Nunyara Teles e da Banda Cia. Versátil.
Na ocasião, o defensor público Rafael Couto convidou as pessoas trans que desejam realizar a troca de nome e gênero no registro civil a comparecerem no dia dia 15 de fevereiro, das 10h às 13h na Estação Nova Lapa. No local, ocorrerá um mutirão de retificação promovido pela Defensoria Pública, logo após a Posse Popular dos novos defensores públicos e defensoras públicas.