COMUNICAÇÃO
Com auxílio da Defensoria, catadores de lata iniciam conversas para fundação de fórum
Evento ocorreu no Auditório da Esdep, no bairro do Canela
Discriminação pelo tipo de trabalho realizado, violência policial e dificuldade para guardar materiais. Essas são alguns dos muitos obstáculos enfrentados pelos catadores de rua de Salvador. Parte deles reuniram-se na última quinta, 28, em ação tutorada pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, na Esdep, no Canela, para organizar a criação de um fórum da categoria para debater seus problemas e ações para melhorar suas condições de trabalho.
A atividade contou com a presença da defensora pública Fabiana Almeida, coordenadora do Núcleo Pop Rua da DPE/BA, que orientou os catadores presentes sobre as ações legais necessárias para a criação do Fórum de Catadores, além de passar algumas sugestões de atitudes que podem ser realizadas para a organização do trabalho e do grupo.
“O objetivo de fórum é vocês falarem e verificarem o que é mais importante para brigarem, o que estão precisando. Quando vocês fazem isso em grupo, é algo mais forte. O fórum será o local para vocês fazerem este debate”, declarou a defensora Fabiana Almeida para os catadores presentes na Esdep no início da atividade.
Segundo Annemone Santos, integrante da Federação de Catadores do Estado da Bahia – Rede Cata Bahia, o maior objetivo da criação deste fórum é fortalecer a inclusão social destes trabalhadores.
“Precisamos estar organizados, para sermos incluídos em benefícios tal qual cooperativas e associações, e também para termos nossos direitos respeitados. Vamos também montar uma comissão para discutirmos com regularidade as nossas pautas”, disse Annemone Santos.
Ação do Pop Rua
A ideia para que o auditório da Escola Superior da Defensoria (Esdep) fosse utilizado para a criação do fórum de catadores de rua surgiu a partir de uma própria demanda dos trabalhadores, detectada a partir de ações da Defensoria como o Pop Rua, que trabalha com pessoas em situação de rua.
A assistente social Zudiane Coelho, analista técnica da Defensoria, explica que o Pop Rua não tem apenas uma ação de prestar atendimento jurídico, mas também uma visão de educação em direitos humanos.
“Para muitos, quem está na rua é visto como vadio. Nos atendimentos, constatamos que eles trabalham, mas desta forma precária, insalubre, desqualificada e desorganizada. Então, junto com a Cata Bahia, estamos identificando quem são as pessoas em situação de rua que tem a catação com sua principal atividade, para que possam pleitear seus direitos e terem suas demandas atendidas”, disse Zudiane Coelho. A assistente social Sandra Carvalho, outra que atua no Pop Rua da DPE/BA, também participou do encontro.