Iniciado nesta terça-feira, 29, o primeiro dia de vacinação para o público em situação de rua de Salvador já resultou em cerca de 800 pessoas vacinadas. Atenta às questões ligadas a este público, a Defensoria Pública do Estado da Bahia enviou uma lista com mais de 3 mil dados de pessoas em situação de rua à gestão municipal, o que ajudou na organização da vacinação.

Segundo o prefeito de Salvador, Bruno Reis, a expectativa é que nos próximos três dias seja concluída a vacinação da população em situação de rua. Foram reservadas 7 mil doses da vacina Janssen, que foi a escolhida para esse público por ser aplicada em dose única. 

“São pessoas atendidas nos nossos serviços socioassistenciais, nos serviços de saúde e pessoas que são atendidas pela Defensoria Pública. Aguardamos a chegada da vacina Janssen por ser dose única”, declarou o prefeito de Salvador, em vídeo em suas redes sociais.

Na avaliação do defensor público geral da DPE/BA, Rafson Ximenes, foi uma atitude sábia da Prefeitura de Salvador recorrer ao cadastro da Defensoria sobre a população em situação de rua, além de também ser um reconhecimento do trabalho feito pela Instituição junto a esta população.

“Importante que a Defensoria seja reconhecida como um local onde se realiza um trabalho com pessoas de baixa renda que, além de tudo, a torna um local privilegiado para para se identificar problemas sociais, identificar demandas dessa população que precisa ser ajudada. Atitude sábia da prefeitura, de recorrer ao nosso cadastro da população em situação de rua”, disse Rafson Ximenes.

A assistente social do Núcleo Pop Rua da Defensoria, Sandra Carvalho, avalia como positiva a decisão da Prefeitura de Salvador em usar a vacina Janssen, de dose única, na população em situação de rua, mas alerta que este público é maior do que as 7 mil doses reservadas pela gestão municipal.

“O uso da Janssen é algo que precisamos comemorar, porque de fato há uma dificuldade em localizar a população em situação de rua, e haveria um prejuízo muito grande para a segunda dose. Mas existe uma falta de censo atualizado para comprovar esses números. A Defensoria pode contribuir a partir do cadastro que temos. Mas defendemos que todas as pessoas em situação de rua sejam vacinadas, independente de estar nesse cadastro ou não”, afirma Sandra Carvalho.

Para monitorar esse processo de vacinação, a coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da DPE/BA, Eva Rodrigues, irá acompanhar, ao lado do movimento da população em situação de rua, como está a vacinação nos quatro centros pop disponibilizados pela Prefeitura para a vacinação.