COMUNICAÇÃO
Proposta que estende pensão de microcefalia para vítimas graves do zika vírus é apresentada pelo Condege a senadora
Em Nota Técnica elaborada em conjunto pela Defensoria Pública do Estado da Bahia e pela Defensoria Pública da União o Condege argumenta a necessidade de extensão do direito às crianças vítimas da Síndrome Congênita do Zika Vírus
Em reunião nesta terça-feira, 27, no Senado Federal, com a senadora Lídice da Mata (PSB/BA), relatora do Projeto de Lei do Senado (PLS) 452/2017 que visa a criação de pensão especial para vítimas da microcefalia, o Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais – Condege solicitou que o benefício também seja assegurado aos acometidos pela síndrome congênita do Zika Vírus. Atualmente o projeto de lei do Senado garante a pensão especial apenas a crianças vítimas da microcefalia.
A ideia foi apresentada na reunião do Condege, na segunda-feira, 26, através de Nota Técnica elaborada pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA em conjunto com a Defensoria Pública da União – DPU e aprovada por unanimidade pelo Colegiado.
Assinada pelos defensores públicos Gil Braga, subcoordenador da Especializada Cível e Fazenda Pública (DPE/BA) e Átila Ribeiro Dias (DPU/Bahia) o documento pede a inclusão de outros bebês afetados pela doença: “é uma questão de justiça e equidade, já que se trata de sequelas originadas da mesma causa e sobre as quais devem recair, legalmente, a responsabilidade estatal”.
O documento explica que 40% dos bebês afetados pelo Zika Vírus apresentam riscos para as disfunções neurológicas, mas a maioria não tem microcefalia, segundo estudo realizado pelo Laboratório de Avaliação Neurofuncional, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP.
“Essas crianças precisam do apoio do Estado para o seu desenvolvimento, e com essa atuação junto ao legislativo, buscando a expansão dos Direitos através dessas emendas, a Defensoria Pública está exercendo o seu papel constitucional de amparo às populações mais vulneráveis”, destacou o presidente do Condege e defensor público geral da Bahia, Clériston Cavalcante de Macêdo.
O Condege argumentou com a senadora que a cobertura da lei deve alcançar também os atingidos por outras sequelas igualmente gravosas da infecção do Zika, como as disfunções neurológicas, deficiências de desenvolvimento, e uma série de problemas que estão presentes já no nascimento do bebê.
A senadora Lídice da Mata prometeu recepcionar no relatório do PLS a Nota Técnica com as considerações apresentadas pelo Colegiado. O projeto original ainda está em análise pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).