Defensoria Pública da Bahia foi uma das instituições a participar da abertura do evento

Teve início na noite desta quarta-feira, 11, a 4ª Conferência Estadual de Política para as Mulheres, realizada pela Secretaria de Política para as Mulheres do Estado (SPM), em parceria com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM). A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA foi uma das instituições a participar da abertura do encontro cujo tema esse ano é ‘Mais direitos, participação e poder para as mulheres'.

"Essa conferência é importante para assegurar políticas públicas para as mulheres. É aqui que se constroem as propostas que serão levadas para o governo federal na conferência nacional. Ainda temos vários desafios, como por exemplo, o fato de o número de homicídios contra a mulher (feminicídio) ter aumentado na Bahia. Ainda existe deficiência em organismos que atuam na defesa da mulher, entre outras dificuldades, e todas elas serão discutidas aqui", pontuou a defensora Cristina Ulm, que representou o defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo no evento.

Segundo a secretária de Política para as Mulheres, Olívia Santana, um dos desafios a serem conquistados é a mudança de um triste cenário que persiste no século 21. "Nós ainda vivemos em uma cultura patriarcal, que indiretamente autoriza todos os tipos de violência contra a mulher. Isso desde a discriminação salarial até à violência física. Isso é muito preocupante", disse a secretária.

Mais direitos, participação e poder para as mulheres

A busca contínua pela ocupação de espaços nas estruturas de poder e garantia de direitos assume importância central na conferência desse ano. De encontros anteriores, Cristina Ulm lembrou que uma das demandas, a de ampliação do número de defensores para assegurar ao atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica foi obtida. "Conseguimos ampliar o número de defensores com atuação na defesa da mulher de dois para três, além de nomear mais defensores para o interior. Entretanto, no interior, ainda persiste a necessidade de aumentar o número de defensores para garantia dos direitos das mulheres", destacou.

De Caravelas, no Extremo Sul do Estado, onde não há Defensoria Pública, veio um dos depoimentos mais marcantes da noite. Com as duas pernas decepadas pelo marido em seu aniversário de 37 anos, Vila Aparecida Bertoso emocionou os participantes. "Ele fez o que fez porque queria que eu tirasse meu mega-hair. Eu e meu mega estamos aqui hoje para mostrar que não desisti da vida", afirmou.

Durante o evento será votado um regulamento com base em quatro eixos temáticos. Uma deles refere-se à contribuição dos conselhos dos direitos da mulher e dos movimentos feministas para a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades. Os outros eixos são melhores estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para mulheres no âmbito municipal, estadual e federal; a construção de um sistema político com maior participação de representantes femininas; e novas recomendações para o Sistema Nacional de Política para as Mulheres.