Escutar as pessoas que moram em abrigos de Salvador, usuárias do sistema de assistência social, e identificar se as políticas públicas estão sendo devidamente efetivadas. Estes foram os principais objetivos da Conversa de Rua, promovida pela Equipe Pop Rua da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, que encerrou nesta quarta-feira, 20. A escuta foi realizada em dias alternados, sendo possível ouvir pessoas de nove dos dez abrigos da Capital baiana.

Na oportunidade a servidora pública Sandra Carvalho, o servidor Lucas Sampaio e a coordenadora do Núcleo Pop Rua, defensora pública Fabiana Miranda, mapearam quais os principais problemas enfrentados pelos abrigados, para intermediarem junto aos órgãos responsáveis a adequação à conformidade legal.

Fabiana Miranda apontou como principais pedidos, a disponibilidade de cursos profissionalizantes, a inserção dos abrigados no mercado de trabalho e o auxílio-moradia. Cada abrigo conta atualmente com 50 pessoas, capacidade que não contempla toda a população de rua soteropolitana. Pesquisas apontam que Salvador conta com mais de seis mil pessoas em situação de rua.

Os abrigados deixaram claro durante o processo de escuta, a vontade deles de trabalhar, e saírem dos abrigos o mais rápido possível.“O que nós percebemos é que eles não querem ser tutelados pelo Estado. Eles querem autonomia, trabalhar, ter o cantinho deles e viver a vida não em uma instituição coletiva, com equipe tomando conta deles. São adultos, responsáveis e entendemos que o Município deve fazer isso, dar autonomia a essas pessoas”, considerou a defensora pública Fabiana Miranda.

A Defensoria Pública se reunirá com o Município para dialogar e buscar meios para adequação da assistência social à necessidade daqueles que precisam, seja por meio de Termo de Ajustamento de Conduta, ou através de Ação Civil Pública.

Além das demandas coletivas, o Núcleo Pop Rua atende às segundas, terças e quintas-feiras, aos assistidos para tratar de demandas individuais, na rua Pedro Lessa, 123, Canela.