COMUNICAÇÃO
CORONAVÍRUS – Ação solidária da Defensoria arrecada materiais para as custodiadas do Complexo Penal Feminino de Salvador
Materiais deveriam ser fornecidos pelo Estado, porém ação compreende que necessidades urgentes não podem esperar
Formando uma corrente de solidariedade, servidores, estagiários e defensores e defensoras públicas realizaram uma campanha para arrecadação de recursos que possibilitou a aquisição de 90 kits com materiais necessários à higiene das mulheres custodiadas no Complexo Penal de Salvador.
A iniciativa da ação solidária foi fruto de uma articulação entre as coordenações das Especializadas de Direitos Humanos, Criminal, Execução Penal e da Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA.
As custodiadas, 84 mulheres, irão receber os kits que contam com dois lençóis (com elástico e sem), duas calcinhas, um par de meias e três máscaras de proteção para respiração por conta da situação com a pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a defensora pública e uma das coordenadoras da Especializada de Direitos Humanos da Defensoria baiana, Lívia Almeida, embora a Lei de Execução Penal estabeleça que a assistência ao preso é dever do Estado, é conhecida a escassez de materiais para suprir com estas obrigações que deveriam ser da administração pública.
“Essa iniciativa teve o intuito de satisfazer uma necessidade imediata das internas, sobretudo nesse momento de pandemia. Mas, paralelamente, continuaremos cobrando que o Estado cumpra o seu dever e preste assistência às custodiadas, conforme determina a legislação”, disse Lívia Almeida.
Já para a defensora pública e também coordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues, promover os direitos humanos que é uma missão constitucional da Defensoria, também requer ser vista numa perspectiva ampla e sensível.
“Promover os direitos humanos é também lutar com todas as ferramentas que estiverem ao nosso alcance para resguardar a dignidade das pessoas. A necessidade das internas do Conjunto Penal Feminino é premente. Esperar o resultado das tratativas extrajudiciais ou de um processo sem lhes prestar assistência material de forma imediata agravaria o sofrimento delas. Por isso decidimos criar a campanha, para buscar suprir algumas necessidades urgentes”, comentou.
A entrega dos kits foi realizada nessa quinta-feira, 13, pelas coordenadoras da Especializada de Direitos Humanos e a defensora pública Valeria Teixeira.