COMUNICAÇÃO

CORONAVÍRUS – Defensoria traça perfil socioeconômico do público atendido nestes quatro meses de trabalho remoto

29/07/2020 18:17 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

Dados foram extraídos de março a julho e revelam informações sobre escolaridade, cor, idade, sexo, filhos, trabalho e renda dos assistidos

Mulher, negra, com idade entre 30 e 40 anos, estudou só até o ensino médio e não concluiu, trabalha e a renda mensal é de, no máximo, R$ 500 reais para sustentar seus filhos, cuja quantidade varia de um a cinco. Este é o perfil socioeconômico da maioria do público assistido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA nestes quatro meses de atendimento remoto adotado devido à pandemia do novo coronavírus.

As informações foram extraídas pelo Núcleo de Análise de Dados, que está vinculado à Coordenação de Modernização e Informática – CMO da Instituição, e correspondem a todos os cadastros realizados no Sistema Integrado de Gestão e Atendimento da Defensoria – SIGAD e no Sistema Agenda (que viabiliza o agendamento on-line) no período de 23 de março – quando o atendimento remoto foi iniciado – até o dia 18 de julho.

“São informações que confirmam quem é o assistido e a assistida da Defensoria Pública e revelam quem ficou ainda mais vulnerável em meio à esta pandemia e que recorrem a nós, dia após dia, para terem seus conflitos resolvidos e seus direitos garantidos. É por e para essas pessoas que a Defensoria existe e mantém os atendimentos de forma remota neste período para continuar garantindo o acesso à justiça para quem mais precisa”, destacou o defensor público geral, Rafson Saraiva Ximenes.

Perfil

De acordo com os dados, em relação à escolaridade, 2,19% dos assistidos não tiveram estudo formal, 48,96% estudou até o ensino médio e não concluiu, 36,43% concluiu o ensino médio e 12,40% cursou ou já concluiu o ensino superior. Já em relação à cor, considerando apenas os assistidos que informaram, o relatório indica que, do total, 90,4% são negros e 9% brancos.

Sobre o sexo, nos cadastros que constam a informação, 57,98% são mulheres e 42,02% são homens. Em relação ao número de filhos, um total de 30,54% dos assistidos possui um filho, seguidos em maior número daqueles que possuem dois (26,95%), três (14,30%), quatro (13,63%) e cinco (7,01%), na sequência de uma escala que vai até 12 filhos.

No quesito faixa etária, o grupo mais frequente assistido pela Defensoria é o que está entre 30 e 40 anos (29,84%), seguidos dos assistidos que têm entre 20 e 30 anos (24,74%). Os dados também apontam que, em relação à situação profissional dos assistidos, 58,02% estava trabalhando no período do atendimento, enquanto que o número de desempregados alcançou 40,84% e a porcentagem dos que nunca trabalharam chegou a 1,14%.

Quando o assunto foi a renda mensal, 44,21% dos assistidos afirmaram que o valor era de até R$ 500 reais. Já os que ganhavam entre R$ 500 e R$ 1.000 reais somaram um percentual de 24,04% e a faixa de R$ 1.000 e R$ 1.500 reais correspondia à renda de 20,14% deles. “No cruzamento desses dados com a situação profissional, destaca-se que o grupo de assistidos com renda per capita de até R$ 500 reais é composto, em sua maioria, por pessoas que atualmente trabalham (77,6%)”, destaca um dos trechos do relatório, cuja elaboração foi supervisionada pelo coordenador da CMO, Thales Almeida, e da analista Daniele Paulo Souza.