Nesta terça-feira, 28, o Centro Cultural José Ribeiro de Almeida, na cidade de Cravolândia, virou um verdadeiro espaço de exercício da cidadania e garantia dos direitos: a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA chegou à cidade e os moradores souberam aproveitar a oportunidade. Neste primeiro dia da visita, que segue até amanhã, foram registrados 83 atendimentos envolvendo os serviços de exames gratuitos de DNA, para investigação e reconhecimento de paternidade, orientações jurídicas e resoluções extrajudiciais dos mais diversos casos.

“Assim que ouvi o carro de som anunciando na rua eu disse logo: não vou perder esta oportunidade. Chances assim são difíceis de chegar no lugarzinho pequeno como aqui e vocês chegaram”, observou a funcionária pública Clélia Leal, 59 anos, que foi em busca de orientação jurídica sobre o que fazer para que o pai das netas possa cumprir um acordo de alimentos estabelecido há mais de um ano.

“Eu também ouvi o anúncio e vim no embalo. Para nós, moradores do interior, a vida é mais difícil e oportunidades assim não batem em nossa porta duas vezes”, concordou a lavradora Lucivalda Oliveira, 55 anos, que “cria o neto desde pequenininho e o pai não manda nenhum tostão há três meses”.

Quem também ouviu o carro de som circulando em sua rua e aproveitou a oportunidade foi o ‘faz bico’ Filipe Silva, 26 anos, que há cerca de um ano descobriu que pode ser pai do pequeno P.L.S.S.A., de 2 anos. “Tive um caso com a mãe dele, terminamos e, há um ano, ela reapareceu com ele nos braços e dizendo que era meu filho. As contas batem, mas preciso ter esta certeza, que só virá com o resultado deste exame de DNA”, contou o suposto pai, que não esconde o quanto já tem afeto pela criança.

Já o vigilante Roberto Maracás Junior, 27 anos, nem precisou fazer o exame de DNA na Unidade Móvel da Defensoria e aproveitou a visita da Instituição à cidade para reconhecer, espontaneamente, a paternidade da filha de um ano e também fez a revisão do valor dos alimentos. “Faltava o meu nome no registro de nascimento dela. Vim cumprir a minha obrigação como pai e também aumentei o valor da pensão alimentícia. É pouco, mas já ajuda”, resumiu.

De acordo com o coordenador da Unidade Móvel, Marcus Vinícius Lopes de Almeida, a oportunidade foi, realmente, a palavra-chave deste primeiro dia da Unidade Móvel em Cravolândia. “A cidade tem cerca de 5 mil habitantes e a vinda da Unidade Móvel representou, para os moradores, uma oportunidade que eles nunca tinham tido antes. Foi, realmente, um dia para exercer a cidadania e, sobretudo, para cada um que veio nos procurar saber quais eram os seus direitos”, destacou o coordenador, que dividiu os atendimentos com a defensora pública Paula Lincon Silva, o defensor público Ricardo Carillo e servidores de Salvador e Santo Antônio de Jesus.

Amanhã, 29, o atendimento da UMA continua no mesmo horário e local: das 8 às 12h e das 13h30 às 16h, no Centro Cultural José Ribeiro de Almeida.