As crianças e adolescentes que vivem em acolhimento institucional na Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão – Acopamec nada sabiam sobre a história Jorge Amado e Zélia Gattai antes de começarem a visita à Casa do Rio Vermelho, em Salvador, local onde o famoso casal de escritores morou por mais de 40 anos e que desde 2014 foi transformado em museu.

Agora, elas podem dizer: “Jorge Amado é um escritor baiano e nós já fomos na casa dele”, como afirmou Maria*, de 11 anos, quando questionada ao final do passeio como descreveria Jorge Amado, um dos escritores mais importantes da Bahia e do Brasil de todos os tempos, autor de obras como “Gabriela, Cravo e Canela”, “ Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Tieta do Agreste” e tantas outras que marcam época e foram adaptadas para a TV e o cinema.

A ida destes jovens na terça-feira, 3, ao espaço partiu de um convite da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA à Acopamec, por meio da coordenadoria da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, comandada pela defensora Gisele Aguiar, e sob execução da sua 8ª DP, com o defensor público Pedro Fialho como titular.

“O objetivo da Defensoria em proporcionar esta visita é não apenas ficarmos na prestação da assistência jurídica, mas também termos uma ação nesta parte social de ressocialização. Apesar da estrutura desses locais que dão abrigo a estas crianças em situação de acolhimento serem boas, essa visita é uma maneira de mudar um pouco a rotina delas e dar acesso à cultura”, explicou a analista jurídica da Defensoria, Caroline Teixeira, que acompanhou a visita na Casa do Rio Vermelho ao lado do agente administrativo João Almeida, representando a DPE/BA na atividade.

Impressões

O passeio guiado na residência de Jorge Amado e Zélia Gattai durou cerca de uma hora, onde as 13 crianças da Acopamec foram apresentadas à obra dos escritores, assim como a todas as histórias que estão representadas na Casa do Rio Vermelho.

“É uma casa muito bonita. Gostei muito da parte que fala das comidas que eles faziam aqui”, disse a jovem Carla*, de 11 anos, sobre o que mais gostou do espaço, em referência ao local onde há um vídeo da famosa cozinheira baiana Dadá, no qual ela descreve como fazer algum dos pratos típicos baiano que eram sempre oferecidos aos ilustres hóspedes que já passaram pela residência de Jorge e Zélia.

A Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão – Acopamec é uma instituição que atualmente tem capacidade para atender até 40 crianças em situação de acolhimento institucional. Para Florizete dos Santos, vice-coordenadora do espaço, a chance de uma visita como esta na Casa do Rio Vermelho é algo que estes jovens vão guardar por muito tempo.

“Isso traz uma valorização muito grande para eles, estar em ambiente que conta tantas recordações. Assim como ter a oportunidade de viver uma realidade longe da deles e conhecer um pouco da história e da vida de Jorge Amado e Zélia Gattai. Para nós da Acopamec foi uma honra esse convite da Defensoria, que também já proporcionou a nossas crianças outros passeios como este”, disse Florizete dos Santos.