COMUNICAÇÃO
DCI – Conclusão de atendimentos marca segundo dia da ação no bairro do Uruguai
Grande parte dos cidadãos voltaram para entregar documentos pendentes, comparecer a coleta de exame de DNA e participar de conciliações
Um suposto pai já responsável. André Luiz de 25 anos quis reunir mãe e filho para ter a certeza de que é genitor do menino de três anos. O convite à ex-companheira para fazer o exame de DNA gratuito foi emitido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA na sexta passada, 15, primeiro dia da ação Defensoria Cidadã Itinerante na Base Comunitária de Segurança do Uruguai. Nessa sexta-feira, 22, segundo dia de atendimentos da instituição no local, André, Hailana Batista, de 16 anos, e a criança realizaram a coleta do material genético. Dos mais de 60 atendimentos realizados durante o segundo dia da ação no bairro, quase metade foram de retorno. Na próxima sexta-feira acontecerá mais um atendimento no Uruguai, das 8 às 12 horas.
"Quero acabar com minha dúvida. Se ele for meu filho, vou ficar feliz", garantiu André Luiz. Para a avó do menino, Eliezete Batista, que cuida e sustenta financeiramente a criança, o resultado do exame poderá ajudá-la. "Espero que ele seja o pai. Mas sei que ele não ajuda não é por falta de vontade dele. Minha filha ficava na dúvida se era ele o pai ou era outro, então, ele parou de dar (pensão alimentícia)", esclareceu.
Os cidadãos que retornaram para prosseguir com a assistência jurídica gratuita estavam pendentes da entrega de documentos que faltaram no atendimento anterior. Também havia a necessidade da presença das duas partes para conciliações e exames de DNA gratuitos, etc. "As pessoas retornam com mais facilidade. É uma proximidade da Defensoria com o assistido, que economiza tempo e dinheiro por não precisar sair de perto de casa. Elas vêm aqui enquanto cozinham, enquanto cuidam dos filhos", afirmou o defensor público Ricardo Carillo.
Quatro irmãos da família Rebouças, por exemplo, também voltaram para trazer documentos necessários à petição de alvará solicitando retirada de valores deixados pela mãe falecida há quase 12 anos. "Conseguimos resolver tudo e já aproveitei para ver a questão da pensão alimentícia do meu filho também", disse Daniela Rebouças, de 28 anos. A dona de casa, mãe de uma criança de quatro anos, alega que o pai deixou de ajudá-la financeiramente. A defensora pública Rosane Assunção emitiu uma carta-convite para que o ex-companheiro compareça na próxima sexta-feira, 29, na BSC Uruguai, para tentativa de conciliação. A irmã Irene Rebouças, de 21 anos, também saiu do atendimento com documento convidando o suposto pai do seu filho de seis anos para a coleta do exame de DNA gratuito na próxima sexta-feira.
Descentralização do atendimento
O defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, que esteve na Base Comunitária de Segurança do Uruguai, aproveitou para agradecer aos defensores e servidores que se empenharam para a realização da ação, destacando também a importância desta para a população. "Essa descentralização desse atendimento em Salvador, e no interior também, é importante porque aproxima a Defensoria da comunidade. Estamos voltando para a origem da essência da instituição com essa proximidade", falou o defensor-geral.
Em média, 350 cidadãos são atendidos pela Defensoria Pública em cada bairro onde a ação Defensoria Cidadã Itinerante passa, de acordo com a coordenadora das Especializadas da Capital, defensora pública Gianna Gerbasi. "A pessoa já sai daqui com todos os seus problemas parcialmente resolvidos", afirmou. No último dia da ação no Uruguai, além dos atendimentos, haverá ainda palestra sobre Violência Doméstica, Varal Solidário com doação de roupas para a comunidade e Sarau solidário, complementando a programação com cultura, música e poesia. As próximas edições serão nos bairros de Fazenda Coutos, São Caetano e Rio Sena.
Para o coronel da Polícia Militar Admar Fontes, superintendente de Prevenção à Violência da Secretaria de Segurança Pública do Estado, a iniciativa atende à necessidade de orientações jurídicas da população. "Estamos com as Bases em áreas carentes de afeto, carentes porque os serviços não chegam da forma que eles precisam, carentes de orientação, carente de ajuda; e a Defensoria Pública cobre esse lado jurídico, da orientação que eles precisam", assegurou.
A Defensoria Pública da União também esteve no segundo dia da ação Defensoria Cidadã Itinerante na BSC Uruguai. Foram realizados 12 atendimentos relacionados a demandas da esfera federal.