COMUNICAÇÃO

Defensora geral designa defensor para acompanhar caso da Vila Brandão

08/04/2009 22:18 | Por

Cerca de 40 moradores da Vila Brandão estiveram na manhã desta quarta, 8, em reunião com a defensora pública geral Tereza Cristina Almeida Ferreira, que os recebeu em seu gabinete, no Canela. Na ocasião, eles entregaram um requerimento solicitando um defensor público para acompanhar o caso, visto que estão sendo alvo de um procedimento de desapropriação por causa do decreto nº 19415, da prefeitura, publicado no último dia 20 de março, correndo riscos de serem obrigados a sair da área

A defensora geral garantiu o apoio da Defensoria para os moradores. "Essa instituição tem o dever de garantir a legalidade deste caso. Não vamos concordar com este ato de violência contra os moradores. Todo ato administrativo necessita levar em consideração também o aspecto humano de seus efeitos. Tomaremos as providências cabíveis", declarou. Tereza Cristina designou o defensor público Eduardo Stoppa, presente à reunião, para acompanhar o caso.

A representante dos moradores Petrusca Araújo disse que não houve nenhuma notificação por parte da prefeitura. "Só ficamos sabendo pelos jornais. Logo após divulgarmos que estaríamos na Defensoria, duas representantes da prefeitura nos procurou ontem pela tarde, mas avisei que agora iríamos tomar providências na justiça".

Petrusca ainda falou que, na localidade, não há índice de violência, nem de tráfico de drogas, que as pessoas que residem na Vila buscam a sua própria subsistência. "Por que querem nos tirar de lá? Vão nos mandar para onde? Não temos o direito de morar no centro da cidade por que somos pobres?", argumenta a moradora.

Outros moradores se dizem indignados com a situação. "Nossas casas não possuem grades, qualquer pessoa pode entrar na nossa comunidade e ter acesso ao mar e à vista, ao contrário dos altos prédios do centro, que impossibilitam toda a visão. Somos totalmente independentes, pagamos água, luz e IPTU", declara o morador Ubiratan Rodrigues.

O defensor Eduardo Stoppa falou que os moradores vieram no lugar certo que é a Defensoria Pública e que ele vai ser o mais ágil possível para tentar contornar o problema. "Vamos trabalhar com todo o amparo jurídico, vou marcar uma data para poder visitar a comunidade da Vila e tomar todas as providências cabíveis para solucionar o problema da melhor forma".

O total de 350 famílias vive em cerca de 200 casas populares no local, que já é habitado há 69 anos. Também participaram da reunião as vereadoras Marta Rodrigues, líder do PT na Câmara de Vereadores, Vânia Galvão, a defensora Mônica Aragão, responsável pela implementação das Jornadas da Habitação Digna, a assessora parlamentar do vereador Moisés Rocha, Nairóbi Aguiar e a ouvidora da Defensoria, Anhamona de Britto.