COMUNICAÇÃO
Defensores em formação visitam casa de abrigo e acolhimento dirigida ao público LGBT
Espaço está há cinco meses em atividade e abriga em caráter rotativo pessoas LGBT em situações de vulnerabilidade
Na tarde desta quarta-feira, 23, o grupo de defensores em curso de formação visitou a Casa Aurora, espaço destinado ao abrigo e acolhimento de pessoas LGBT em situação de vulnerabilidade na capital baiana.
Com capacidade para abrigar até 10 pessoas, a Casa Aurora é uma Organização da Sociedade Civil há cinco meses em atividade que procura atender jovens entre 18 a 29 anos que enfrentem situações de violência, violações de direitos ou privações por conta das suas orientações sexuais. O local funciona também como ponto de cultura, realiza atividades socioeducativas e presta serviços de orientação psicológica para o público LGBT.
A visita também se constituiu em reunião informal dos coordenadores da iniciativa de criação e manutenção da Casa Aurora com as defensoras públicas e coordenadoras da Especializada de Direitos Humanos da Defensoria Pública da Bahia, Eva Rodrigues e Lívia Almeida. Se avaliou, entre outros temas, sobre como o espaço pode contar com o apoio da Defensoria na mediação e diálogo com outras instituições, fortalecendo caminhos para continuidade e consolidação dos serviços e atividades que promove.
“Os novos defensores vão para comarcas no interior que não contam com a atuação das Especializadas como em Salvador. Mas eles e elas vão se deparar também com grupos vulnerabilizados, porque também há pessoas LGBT, pessoas em situação de rua e com deficiência, lá. É importante que conheçam espaços como este para que possam buscar a construção e implementação de equipamentos semelhantes onde não houver. Eles precisam se aproximar da sociedade civil e conhecer as demandas”, comentou Eva Rodrigues.
Um dos coordenadores da Casa Aurora, João Hugo, homem trans, explicou que há um processo de avaliação de quem pode ser acolhido no local e que o aluguel da Casa, de três pavimentos, hoje é mantido graças ao mandato de um parlamentar federal que aceitou bancar esta despesa do projeto. Segundo ele, todos os demais custos da inciativa precisam encontrar soluções próprias.
“Não recebemos menores de idade, e focamos em jovens que estão em processo de construção de afirmação pessoal. As pessoas são abrigadas aqui, mas não podem ficar por muito tempo, é um espaço rotativo. Elas vão contar com nosso apoio para reconhecerem sua autonomia e buscarem encaminhamentos. Para nossos custos realizamos “vaquinhas” online, atividades formativas “pague quanto puder”, arrecadação de alimentos não perecíveis, entre outras. Vamos nos virando”, declarou João Hugo.
Para o defensor público em formação Bruno Aguiar, a visita foi proveitosa e o espaço serve como referência para pensar a questão do acolhimento deste público. “Para nós que vamos começar nosso trabalho no interior é importante conhecer iniciativas como essa porque diversas demandas de públicos como este vão nos chegar e temos como nos referenciar. Conhecer de perto este projeto e suas especificidades foi muito enriquecedor”, comentou.