O lavrador José Luiz Almeida de Souza já se encontra, hoje, livre da acusação de homicídio simples que o acompanhou por 13 anos. Com o apoio da 5ª Defensoria Pública Regional, sediada em Senhor do Bonfim, ele foi absolvido pela Vara do Júri de Senhor do Bonfim, na última quinta (27).

Em 1996, Almeida foi acusado pelo homicídio de C. B., tio de sua esposa. Segundo o defensor público Hélio Messala, que atuou no caso, C. B. foi até a casa do acusado e partiu para agredir a mulher de Almeida, que estava com os três filhos. A esposa pediu socorro ao marido, quando C.B. se apoderou de uma espingarda. Ao socorrer a mulher, Almeida entrou em luta corporal com C.B e a arma disparou, acertando o parente. "Conforme os depoimentos de testemunhas, C.B. tinha problemas mentais, era agressivo e já havia agredido dois idosos", afirmou o defensor.

Almeida foi defendido inicialmente por um advogado particular, entretanto o mesmo renunciou o mandato de defesa antes da sessão plenária, em junho de 2009. O caso foi transferido, então, para a responsabilidade da 5ª Defensoria. Na defesa do lavrador, Messala alegou aos jurados que o réu agiu em legítima defesa, de sua pessoa, de sua esposa e de seus filhos. "As provas dos autos levaram a crer que a versão do acusado era verdadeira e foi confirmada por sua esposa. Caso não tivesse entrado em luta com C. B., sua esposa, seus filhos ou até mesmo ele poderiam estar mortos, tendo em vista que o réu estava agressivo e tentando se apossar de uma espingarda", explicou o defensor. Conforme Messala, a promotora Ítala Suzana Carvalho pediu a absolvição dele por conta da dubiedade dos fatos, entretanto, o defensor público argumentou que Almeida deveria ser absolvido não pela dubiedade e sim pela fatalidade do acontecimento.