COMUNICAÇÃO
Defensoria averigua situação de fuga de adolescentes na Case
Ao tomar conhecimento da situação de fuga de 12 menores da Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case), localizado no bairro Tancredo Neves, em Salvador, a Defensoria Pública do Estado da Bahia, por meio da subcoordenadora da Especializada da Infância e Juventude da Defensoria Pública, e do coordenador Executivo das Especializadas da Capital, Ricardo Carillo, se reuniu, na manhã de sexta-feira (19), com o diretor adjunto da Case, Isidoro Orge, para buscar esclarecimentos sobre o ocorrido e averiguar o caso.
Na reunião, os defensores foram informados de que os adolescentes serraram as grades da cela, onde estavam apreendidos e fugiram. Segundo ele, a unidade tem capacidade para acolher 150 menores, mas o número de internos chega hoje a 256, entre meninos e meninas, o que inviabiliza o alcance da ressocialização. "Abrimos uma sindicância para apurar a atuação dos educadores e daremos encaminhamento aos processos administrativos para exoneração e demissão dos responsáveis, pois não vamos comungar com agressões ao adolescente e nem com fuga na unidade" afirma ao comentar que a Case está totalmente desadequada para seu funcionamento.
"A unidade funciona com a lógica do sistema prisional, os alojamentos são verdadeiros porões que devem ser demolidos, os espaços estão completamente insalubres e essa situação precisa ser mudada. Ainda segundo ele, a Defensoria Pública dentro desses espaços é a garantia de proteção ao direitos dos adolescentes e de que estaremos cumprindo com o que prevê a Constituição Federal. "Nosso papel é assegurar os direitos da criança e do adolescente em casos de agressões, danos e violações, a fim de garantir o respeito a condição de pessoa em desenvolvimento e a garantia da justa execução da medida sócio-educativa", afirma Hélia Barbosa. Para Ricardo Carillo, "situações como esta não podem acontecer, a quantidade de interno está muito superior à sua capacidade, o que põe em risco a segurança e integridade física e psicológica dos adolescentes internos. Acompanharemos a apuração do ocorrido e faremos um mutirão em breve, a fim de verificar a situação processual de cada adolescente", informa. Participaram ainda da reunião o gerente de atendimento socioeducativo da Case, Marcus Magalhães, e o coordenador de Segurança Casa; Ricardo Campus.