Um clima festivo marcou o encerramento da segunda temporada da Defensoria Cidadã Itinerante, promovida pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, no bairro do Uruguai, na manhã desta sexta, 18. “A população do bairro, definitivamente, abraçou a Defensoria”, celebrou a coordenadora executiva das Especializadas da Capital, Gianna Gerbasi.

“A comunidade veio em peso. Batemos recorde de atendimento. Na roda de conversa, as pessoas participaram, interagiram e se emocionaram. O Varal foi outro sucesso com mais de 300 peças de roupas distribuídas e o atendimento também. Então, foi muito gratificante trazer os defensores públicos para comunidade e perceber o quanto fomos acolhidos”, avaliou Gianna, que também é a idealizadora do projeto Defensoria Cidadã Itinerante – DCI.

Esta temporada somou um total de 118 atendimentos, sendo a maior demanda para área de Família, especialmente pedidos de pensão alimentícia e investigação de paternidade.

A DCI acontece em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, e, em três anos de existência, já atendeu mais de 3.000 pessoas na capital e no interior, levando serviços e informações sobre direitos individuais e coletivos aos moradores das comunidades onde estão instaladas as Bases Comunitárias de Segurança.

Ação de alimentos, divórcio, inventário, acompanhamento de ações penais e de execução penal, pedidos de liberdade, ações possessórias, usucapião, retificação de registro de nascimento e casamento, medidas extrajudiciais ou judiciais relacionadas à saúde, pedidos de medicação, exames, cirurgias, tratamentos médicos e ações de adoção são alguns dos serviços atendidos pela equipe de defensores públicos na itinerância.

Especialmente no mês de agosto, que homenageia os papais, a Ação Cidadã Sou Pai Responsável , que incentiva o reconhecimento espontâneo de paternidade, ganha uma ênfase maior, na intensificação da campanha de orientação e conscientização sobre a importância do vínculo afetivo entre pais e filhos e do fortalecimento da estrutura familiar. Desde 2007, a campanha já beneficiou mais de 15 mil famílias, promovendo além da assistência jurídica e interdisciplinar, a realização de exame de DNA gratuito.

Roda de Conversa: violência doméstica
Como parte da programação, uma roda de conversa reuniu a comunidade presente sobre a temática da violência doméstica. Em sua fala, a subcoordenadora de Proteção aos Direitos Humanos e Itinerante, Eva Rodrigues, abordou temas como a importância da Lei Maria da Penha, da Rede de proteção à mulher, a necessidade de enfrentamento, de se fortalecer e trabalhar em rede, usando uma dinâmica lúdica.

“É delicado tentar estipular um diálogo sobre um assunto tão difícil. Por isso, usamos a dinâmica de selecionar frases machistas que se tornaram “comuns” no dia a dia das mulheres, pedindo que cada uma leia, levando a reflexão do quanto de machismo tem no nosso dia a dia. Foi a forma que a gente encontrou de trazer leveza para um tema tão difícil”, ressaltou a defensora pública, lembrando que “esse tipo de violência acontece no mundo inteiro e está relacionada à ideologia machista dominante e tem como base as desigualdades sociais”.

A dona de casa Marinalva Brito, que foi à DCI especialmente para participar da roda de conversa, destacou que a atividade foi muito proveitosa, especialmente para a mulher que não têm muito esclarecimento e não nota a violência diária, não somente em casa, mas em todo o lugar. “Às vezes, a gente passa por necessidade e não sabe como procurar um atendimento para se defender de marido e de homens na rua. Deveria ter mais palestras assim para a gente ter um melhor conhecimento e aprender a se defender”, frisou Marinalva.

Varal Solidário: quem precisa pega
Roupas, sapatos, livros, brinquedos, roupa de cama, mesa e banho, usados ou novos, ficaram a disposição da comunidade, durante toda a atividade da DCI na Base Comunitária do Uruguai. A ação faz parte da programação do último dia da Itinerância e funciona da seguinte forma: as doações são penduradas em um varal ao lado da Base Comunitária, totalmente à disposição para quem se interessar. A seleção das roupas prioriza o bom estado de conservação e diversidade de tamanhos.

A cabeleleira Kelly dos Santos procurou orientação jurídica para ajudar um casal de amigos e ainda saiu com o assunto resolvido e uma cama para sua filha de um ano. “Depois do meu atendimento, a defensora me ofereceu uma cama infantil, minha filha ainda é bebê, veio em boa hora, achei tudo ótimo!”, ressaltou a assistida.

DCI em Setembro
Em setembro a DCI está em dois bairros: Boca do Rio e Águas Claras. Segue a programação:
Dia 1º – Boca do Rio, na Comunidade Cristã.
Dias 15, 22 e 29 – Águas Claras, na Base Comunitária de Segurança

Click aqui para ver o álbum desse evento no Flickr da Defensoria.