COMUNICAÇÃO
Defensoria Cidadã Itinerante leva atendimento jurídico e Varal Solidário à Fazenda Coutos
O último dia de atendimentos do programa Defensoria Cidadã Itinerante, no bairro de Fazenda Coutos, promovido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, beneficiou não só quem buscava assistência jurídica gratuita com a facilidade de estar perto de casa. Moradores e estudantes da escola municipal do bairro também puderam contar com o Varal solidário nesta sexta-feira, 16, e receber roupas doadas pela Defensoria baiana e pela marca Euzaria, empresa que trabalha com empreendedorismo consciente. Cento e cinquenta camisas e o mesmo número de calçados da Euzaria foram distribuídos aos alunos, além de várias peças de roupas à disposição dos interessados.
Iranilza dos Santos, 30, conseguiu aproveitar os dois serviços oferecidos pela DPE. Ela buscava atendimento jurídico, mas, ao se deparar com a exposição de roupas, se interessou. “Achei que era um bazar pago, mas me surpreendi com essa ação. Fiquei muito satisfeita, tanto com o atendimento, quanto com o varal. Muitas pessoas não sabem o que é a Defensoria, e é muito bom ter essa ação aqui no bairro”, afirmou. A dona de casa saiu com três peças de roupa para ela e uma para o marido.
AUXÍLIO JURÍDICO
A coordenadora das Especializadas da Capital, Gianna Gerbasi, destacou a parceria com a base comunitária de Fazenda Coutos como uma forma de se aproximar da população. “Para nós, foi uma inovação fazer essa parceria, a receptividade da comunidade foi muito boa. A expectativa é sempre a melhor, mas ficamos surpresos a cada base em que vamos”, destacou. A tenente da Polícia Militar, Carla Souza, sinalizou o significado de difundir o acesso aos direitos do cidadão. “Hoje é o terceiro dia de ação e a comunidade tem me comunicado da excelência e a forma como estão sendo tratados. Ficamos muito felizes, pois isso impacta diretamente na autoestima deles, ao ser ofertado um serviço público, gratuito e de qualidade”, afirmou.
Ildes* Maria, 32, buscou atendimento na itinerância para garantir seu direito de tomar posse em vaga de um concurso prestado em 2014. Depois de meses de estudos, a dona de casa conseguiu a 6ª colocação dentre as 9 vagas oferecidas para técnico em arquivologia. Dois anos após a aprovação, Ildes não conseguiu ser nomeada e se queixa da realização de um concurso posterior para a mesma vaga a qual concorreu. “Na época estava cuidando de meu filho doente, então não tive condições de ir atrás desta vaga. Mas agora, já vai ajudar bastante. Eu estudo para concursos, mas é duro estudar sozinha, cuidar do filho e não ter um dinheiro fixo”, lamentou. Ildes foi orientada a reunir os documentos de convocação e editais para entrar com um procedimento administrativo.
Para a defensora pública Paula de Freitas, o mais importante é levar para as partes mais afastadas da cidade o atendimento da Defensoria de forma que as pessoas reconheçam o papel da instituição. “Acredito que esse é um grande problema em nosso país, as pessoas não sabem que existem instituições que são preparadas para protegê-las, preservar seus direitos, mostrar o que é a cidadania e como elas podem ser acolhidas”, frisou.
*O nome original não foi divulgado a pedido da entrevistada.