COMUNICAÇÃO
Defensoria Cidadã Itinerante – População recebe atendimentos e doações no último dia
Mais de 600 peças estavam disponíveis para doação no Varal Solidário
No primeiro dia de atendimentos havia certo receio da população em chegar à Base Comunitária de Segurança do Nordeste de Amaralina para procurar acesso à informação, cidadania e justiça por meio da Defensoria Pública do Estado da Bahia DPE/BA. Mas na manhã dessa sexta-feira, 27, quarto e último dia das atividades do projeto Defensoria Cidadã Itinerante no local, a percepção foi diferente: os moradores do Nordeste de Amaralina estão, cada vez mais, empoderados dos seus direitos e próximos dos serviços do Estado – Defensoria Pública e Polícia Militar. Além desses serviços, Procon e a Defensoria Pública da União prestaram atendimentos aos cidadãos.
Por quatro sextas-feiras do mês de novembro, defensores públicos e servidores da DPE levaram ao Nordeste de Amaralina todos os serviços prestados pela instituição. Para a coordenadora executiva da Capital, defensora pública Gianna Gerbasi, o mais importante é o resgate da aproximação da instituição com as comunidades. “Para a população conhecer, saber o que é a Defensoria Pública, o que muita gente ainda não sabe, além da confiança que eles vêm demonstrando não só aqui, mas nas outras bases por onde nós passamos como a do Rio Sena e Calabar”, explicou a coordenadora, que tinha resposta na ponta da língua para os vários questionamentos que recebeu sobre a desinstalação da DPE na base: “Estamos saindo daqui, mas temos a Defensoria Pública sempre aberta para vocês”.
A defensora pública e assessora do gabinete, Janaína Canário, endossou o posicionamento da colega. “O fato de a comunidade ser atendida no local onde ela reside traz conforto, traz segurança. O esclarecimento que fizemos é de que a nossa atuação não se esgota aqui, mas tem uma continuidade. A Defensoria Pública é uma instituição permanente e aqui é só o início de tudo”, reiterou a defensora.
Para a autônoma Maria de Lourdes, de 57 anos, assim que vai ser: o primeiro passo para dar início à separação do seu ex-companheiro, com quem viveu 28 anos. Na Base Comunitária, ela recebeu a relação de documentos necessários para comprovar a união estável e já saiu com endereço para o próximo atendimento da Defensoria Pública. “Vim aqui saber quais são os meus direitos. Meu marido me diz que não tenho direito a nada”, explica Maria.
Há quatro anos a Base Comunitária de Segurança do Nordeste de Amaralina foi implantada e para o capitão Helder, que desde março de 2015 assumiu a gestão do local, contar com ações que vêm aproximar a Polícia Militar da população são válidas. “ainda mais com um parceiro como a Defensoria Pública que trouxe vários atendimentos que essa população, com certeza, é carente, é mais válido ainda. O ganho que a comunidade teve com essas quatro sextas-feiras do mês, usadas para difundir o apoio jurídico, é inenarrável”, observou.
SEMENTE DE CIDADANIA
Foram mais de 600 peças disponíveis para doação durante o encerramento do projeto Defensoria Cidadã Itinerante na Base Comunitária de Segurança do Nordeste de Amaralina com o Varal Solidário. Cerca de 60 pessoas puderam escolher peças de roupas, sapatos, acessórios e livros para levar para suas casas. O Varal Solidário é uma iniciativa da Defensoria Pública em parceria com o grupo Voluntários do Coração e que integra a ação itinerante.
Na visão do defensor público Marcos Vinicius, perceber o grau de vulnerabilidade da comunidade só é possível quando os defensores públicos saem dos gabinetes e vão ao encontro da população, como nesse projeto. “A partir do momento que a Defensoria percebe a vulnerabilidade da comunidade, aí que ela planta a semente de cidadania: que é as pessoas terem acesso aos seus direitos e saberem que existe uma instituição que os ampara e garante seus direitos”, afirmou ele ao exemplificar a situação da comunidade do Pé Preto que será acompanhada pela Defensoria Pública, após identificar a situação durante os atendimentos na Base do Nordeste de Amaralina.