COMUNICAÇÃO
Defensoria Cidadã Itinerante realiza sua última ação no Bairro da Paz este ano
Nem mesmo as fortes chuvas impediram os defensores de garantir o direito dos mais necessitados
Uma manhã de fortes chuvas, trânsito lento e muitas outras dificuldades para chegar até o local desejado, não foram suficientes para impedir que a Defensoria Púbica do Estado da Bahia – DPE/BA completasse mais um dia de ação da Defensoria Cidadã Itinerante – DCI, em seu último dia de atendimentos no bairro da paz para este ano, nesta manhã de sexta-feira, 20, na Base Comunitária de Segurança – BCS, do bairro.
“A Defensoria sempre honra com os seus compromissos, mesmo com toda a dificuldade e mesmo com um dia de fortes chuvas, como o dia de hoje, estaremos sempre de prontidão para a realização dos nossos atendimentos, porque quem precisa de nós não pode esperar”, pontou a coordenadora das Especializadas da Capital, a defensora pública Gianna Gerbasi.
As fortes chuvas também não impediram a senhora Edileuza, de 48 anos, que foi até a DCI para fazer um teste de DNA. “Meu filho só tinha 22 anos quando foi assassinado há 4 meses em Feira de Santana, e deixou esse bebê aí ó, (referindo-se ao pequenino Tailer, de pouco mais de três meses, no colo do tio, que é irmão do falecido) e a gente se apega, né? Reconhecendo ele como o meu neto, posso dar tudo o que eu puder e o que ele tiver direito. É como se meu filho estivesse crescendo aqui de novo, sabe? Que bom que a Defensoria está perto da minha casa hoje”, considerou dona Edileuza.
Já o assistido Bruno, de 32 anos, que veio pela segunda vez na DCI do bairro da paz, nos informou que quando chegou na BCS, na sexta passada, um dos policiais o informou que a ação já estava acabando e que ele poderia vir na próxima semana.
“Na sexta passada eu estava caminhando aqui no bairro e vi o carro da Defensoria em frente a Base Comunitária, foi quando falei com o policial, que me instruiu a voltar dia 20. Hoje conversei com o defensor e contei a ele que há 4 anos a minha habilitação foi bloqueada em São Paulo, está até hoje assim e eles não resolvem nada por lá e nem o Detran daqui se propôs a me ajudar. Nesse jogo de “faz quem quer”, fui orientado pelo defensor público, a levar o documento que ele me entregou, até um promotor, e dar entrada na ação que pode desbloquear a minha habilitação. Nessas horas que é bom saber que alguém olha por você, né não? É acreditar que vai dar certo, você vai ver”, descreve Bruno.
“Eu vim aqui fazer um reconhecimento de paternidade, que fique claro que é voluntário. Minha ex-mulher se relacionou com outra pessoa logo que terminamos e essa pessoa foi quem registrou a minha filha, só que ele sumiu no mundo e nem quis mais conta com a criança. Eu e minha ex temos um bom relacionamento, e o apego que a criança tem por mim é muito forte. Antes eu era um cara que não ligava para nada além de curtição, hoje quero participar no desenvolvimento da minha filha. Nunca é tarde, né?”, contou Edilásio de 35 anos, minuciosamente orientado pela defensora Giana, por especificidades intrísecas do seu caso.
Esse foi o terceiro dia de Itinerância no Bairro da Paz este ano, que somou mais de 40 pessoas atendidas nas mais diversas áreas, levando o atendimento da DPE/BA para além dos gabinetes e sempre se mostrando parceira dos seus assistidos.
Itinerância jurídica para quem precisa
O projeto Defensoria Cidadã Itinerante – DCI contempla um mesmo bairro, três vezes por mês, sempre às sextas-feiras, realizando orientação jurídica nas áreas de família, saúde, cível, direitos humanos, criminal, infância e adolescente, tutelas coletivas, reconhecimento de paternidade, dentre outras assistências. O próximo bairro a receber a Defensoria Cidadã Itinerante será o bairro Narandiba, no mês de agosto, com sexta-feira à definir.