COMUNICAÇÃO
Defensoria consegue acordo e beneficia famílias em ocupação irregular
As famílias ocupantes do colégio Nossa Senhora da Penha (Ribeira) aceitaram proposta encaminhada pela Sedur (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano), na qual receberão benefícios para deixar o prédio, avaliado pela Codesal como de alto risco. A proposta foi levada às cerca de 20 famílias pela defensora pública e mediadora da questão, Melisa Teixeira, na última sexta-feira (9), um dia após a audiência pública que reuniu as partes envolvidas na 5ª Vara de Fazenda Pública.
De acordo com a defensora, a audiência ajudou a sinalizar as possibilidades de uma solução para proteger as famílias, emergencialmente, dos riscos da construção e das chuvas. "Pelo acordo, aceito por todos os moradores, eles receberão um aluguel social, no valor de R$ 250, com adiantamento da primeira parcela para que possam entrar com um sinal para os locadores; um auxílio moradia no valor de R$ 120 e cesta básicas; tudo por um período de seis meses, podendo ser renovado", explica a defensora pública.
Acordo - A defensora representa as famílias desde que foram à Defensoria pela primeira vez, em 2009. "Juridicamente, prédios públicos não são alvo de usucapião, por isso procurei mostrar que se tratava, de fato, de um problema social: os moradores estavam lá porque não tinham condições. A primeira audiência pública, em janeiro, expôs o problema que é de todos e permitiu sensibilizar o poder público a encontrar uma solução pacífica para estas famílias", apontou. Foi com base nesta linha de atuação, que a defensora Melisa Teixeira encontrou uma saída emergencial para o processo, junto com um grupo interinstitucional que reuniu a Defensoria Pública, as Procuradorias Gerais do Município e do Estado, Codesal, Ministério Público e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur). Os moradores têm agora um prazo de 10 dias para regularizar a documentação exigida para a Sedur - originais e cópias do RG e CPF.
Já para as famílias que ocupam a escola Sóror Joana Angélica (Mouraria), a Codesal divulgou o laudo das instalações do edifício na sexta-feira (09), que apontou risco de incêndios e acidentes, agravado pela chuva dos últimos dias. A defensora Melisa Teixeira inicia as negociações com representantes do município nesta semana, para buscar um acordo e valores semelhantes aos que foram celebrados junto ao estado para atender às famílias da Ribeira. "Nos dois casos, a solução é apenas intermediária, já que a as famílias continuarão pressionando o poder público para conseguir uma reforma estrutural nas escolas que ocupam ou, não sendo possível continuar nas antigas moradias, serem incluídas em outros programas e projetos do governo", finaliza a defensora.